quarta-feira, agosto 16, 2006

Espírito de Escuteiro

Tenho em mim uma faceta oculta, que é da caridade quase-cristã para com a infância e juventude desvalidas.
É por isso que daqui lanço o apelo para corresponderem ao lancinante pedido do nosso vizinho blogueiro Nuno Cavaco para irem ao Banheirense comentar aquilo que ele acha serem uns posts muito interessantes que fez sobre a questão da co-inicineração.
Como todos nós, ele acha que escreveu prosa de relevância, mas que não é levado a sério.
Acontece, mesmo aos melhores, quanto mais aos que ainda só aspiram à Primeira Liga.
Se eu percebesse do assunto até comentava, mas confesso que me faltam os conhecimentos técnicos e na matéria e não gosto de recusar uma coisa apenas porque não sei bem o que é e vem para perto da minha porta. Preferiria que a co-incineração, ou qualquer outro método de destruição de resíduos tóxicos e/ou perigosos não viesse para uma zona já sacrificada como a Serra da Arrábida, que é Parque Natural só de nome, mas não sei o suficiente e também não gosto daqueles que recusam uma solução, porque lhes sai a fava, mas já não se importam se essa solução for bater a outra porta.
Quem defende a solidariedade (nacional, social, económica) deve saber praticá-la mesmo quando a metade do frango a dar é nossa.
Mas voltando ao lamento do NC de que ninguém aparece a comentar seriamente as suas posições. Eu dar-lheia daqui umas quantas explicações do baixo da minha ignorância:

a) O Banheirense não tem assim tantas visitas, como aquelas revoadas de jovens a deixar beijinhos quiseram fazer crer aos ingénuos. O NC escreve num blog da Marinha Grande, com muito boa produção visual e alguns 30 colaboradores, e aquilo mal passa das 20 visitas diárias. Por isso, eu arriscaria dizer que o NC terá pouco mais de uma dezena de leitores diários num dia bom, sendo que um sou eu, outro é o AV2 quando está de ressaca e outro é o Brocas quando não está de férias.

b) O interese da questão é muito relativo e perdeu muito do ímpeto que teve em em final dos anos 90, pois os lixos acumulam-se e há que tratá-los urgentemente. Para além disso, há muita gente que para além do bom dia e boa noite pouco adianta em matéria de comentários no Banheirense, só aparecendo porque o NC vai fazendo visitas e pedindo intercâmbios à moda dos tempos antigos de quem tinha correspondentes em várias partes do país ou do mundo e trocava selos para se entreter. Sinceramente, não está à espera que "Céus" e "Mares" depois consigam articular duas ideias para além do lugar-comum mais óbvio.

c) Compreendo o desânimo de quem fazia do número de comentários aos posts, mesmo que fossem como os atrás descritos, um indicador de popularidade e impacto. Infelizmente, como não é isso que se passa e porque não chega que colaboradores do blog troquem sucessivos comentários entre si para isso significar afluência, talvez fosse melhor repensarem os métodos. Assim, é apenas uma estratégia triste como outra qualquer.

d) Por fim, se os posts sobre a co-incineração permitissem elementos para avançar na discussão, através de ligações para materiais relevantes sobre a matéria, ainda se podia considerar a hipótese de tentar discutir algo que não seja apenas a sebenta partidária. Se, por exemplo, apressentasse qual o método alternativo que se defende - que não seja apenas a mudança de local - ainda teríamos matéria a discutir, mas assim nada dá para esticar uma manta que, para mais, está muito puída.

Mas, de qualquer modo, eu apelo a que todos acorram aos posts do Nuno Cavaco e o cumprimentem, escrevam como ele aborda questões de muito interesse, como é injustamente ignorado e como deve continuar o seu esforço.
Massajem-lhe o ego que ele parece tristito.
Vá lá, façam isso por mim.
Não lhe peçam é que leia estudos como este sobre a existência de metais pesados no cimento como resultado da co-incineração, ou sobre experiências na Europa em matéria de co-incineração, ou que faça a ligação para os limites de emissões poluentes no caso da co-incineração em cimenteiras /Directiva 2000/76/EC) ou sobre, por exemplo, as vantagens da mera incineração, ou mesmo para o questionário que em Fevereiro passado a UE determinou que se deveria realizar a propósito da implementação da directiva comunitária sobre co-incineração, ou mesmo este relatório alemão sobre os perigos da incineração de lixos, ou este da Casa dos Lordes inglesa sobre a estratégia de gestão dos lixos.
Isso era coisa para demorar uns 10 minutos de pesquisa e linkagem.
Mas, de qualquer modo, passem por lá.
Em vez de darem para o peditório do Líbano, façam antes isto, que é mais barato e sempre ajudam alguém que está mais perto.
Mesmo que não tenham nada a dizer, deixem o vosso testemunho, mesmo várias vezes, com nicks diferentes uns dos outros.
Se os amigos dele o podem fazer, vocês também podem.

AV1

1 comentário:

Anónimo disse...

I agree

Mr. Simpson