terça-feira, outubro 31, 2006

A técnica do costume

Sempre que a coisa aperta lá aparecem os pseudo-argumentos do costume dos amoitados do momento.
Agora que o PDM foi aprovado à força, perante protesto geral de quem se deu ao trabalho de o tentar entender, surge o velho discurso contra os blogs e contra quem escreve o que escreve e diz o que diz, mais os ataques às pessoas e não às mensagens e aos factos.
Meus amigos, essa é a táctica de quem, sabendo não ter razão, desvia as atenções.
Vejamos a argúcia da argumentação a quatro mãos desenvolvida por aí:

a) Os protestos não têm razão de ser porque as reclamações foram respondidas.
b) Os protestos não têm razão de ser porque no projecto mais recente já foram contempladas alterações decorrentes de algumas reclamações.
c) Os protestos não têm razão de ser porque o prazo para responder às reclamações é outro e subsequente á aprovação do PDM.

E assim se pensam cobrir todas as hipóteses para esvaziar qualquer pretensão ao protesto, mesmo se os argumentos são perfeitamente incompatíveis entre si. Ou quem escreve isto é rematadamente idiota ou quer-nos fazer a nós de idiotas. Eu inclino-me para as duas hipóteses em simultâneo.
Mas há mais, neste caso sobre a origem dos protestos:

a) Os protestos de um vereador que assina com o seu nome não são legítimos, porque a pessoa não se devia meter nisto, é um leito, é do PS e, portanto, devia ficar calado.
b) As pessoas da Barra Cheia que protstam, dando cara, nome e corpo, perante a fuga do shôr presidente, são uma cambada de ignorantes, ressabiados ou então instrumentos de partidos, pelo que deviam estar calados.
c) Os autores de blogs "anónimos", por serem anónimos (incógnitos!!), deviam estar calados e pronto, porque não podem ser ameaçados individualmente e isso é chato. Mesmo quando publicam materiais rigorosos e fiéis aos factos, por serem anónimos, não podem.

Isto significa que, dando o nome e a cara, ou não, ninguém deve falar porque são instrumentos disto ou daquilo. Só os técnicos-eleitos, tipo híbrido, é que podem botar faladura pois as regras não se lhes aplicam.
Ou então recorre-se a excertos de gente afamada incomodada com os blogs. Mas sempre esquecendo que se ataca algo que não é a mensagem, nem se desmente com argumentos o que é afirmado com argumentos. Ou então hoje diz-se uma coisa e amanhã outra, conforme as circunstâncias. Eu, por exemplo, ainda me lembro de um bloguista muito sério da praça local, que me queria fotografar, porque achava que a democracia também passava por esta (a minha) forma de intervenção. Agora mudou de sexo. Paciência
Mas há de novo mais em matéria de incoerências, sendo que aqui repito velho argumento sobre a técnica do combate político à moda do moiteiro e amoitado:

a) O protesto contra a maioria governativa PS é legítimo e deve ser exercido por todos os meios, à porta deste ou daquele sítio, gritando, berrando ou gesticulando. Concordo.
b) O protesto contra a maioria local moiteira é ilegítimo e não deve ser exercido de forma visível ou audível, se possível inexistindo. Lamento mas não concordo.

Para rematar o bolo da inépcia argumentativa e da absoluta patetice, inventou-se agora o conceito de documento semi-público.
Se já havia carros semi-novos, como na publicidade, agora há documentos semi-públicos que os blogs divulgam, esses malandros.
Mas eu consigo explicar: um documento "semi-público" é um documento que, por lei, é público mas que por uso moiteiro se oculta dos munícipes.

E assim vamos cantano e rindo nesta terra de fantochadas.

AV1

3 comentários:

nunocavaco disse...

Dá jeito misturar as coisas e não falar do essêncial não é?

A questão do anonimato não se prende com as justas reinvidações das pessoas, que são legítimas. O protesto contra o P.C.P., nas Autarquias geridas por esta força política é legítimo o que não é legítimo é lançar acusações e calúnias sem as provar. Apenas e só.

Anónimo disse...

As provas que já foram tornadas públicas neste ano e meio são numerosas, e factuais.
E estão aí.
Só não as verá quem actuar como o macaco sábio.
Não vi.
Não ouvi.
Não falo.
Não penso.
Contudo, vêm aí mais algumas e das boas.
Paciência...
O programa segue dentro de momentos.
E o guião para o filme é extenso.

Anónimo disse...

Ainda não percebo de que calúnia falam.
Se eu lhe chamo "idiota" isso é uma opinião minha, a que tenho direito, não é uma calúnia.

Quanto a calúnias, eu se fosse a si ia ter com a equipa que fabricou o "vigilante" e depois ia ver-me ao espelho.

E depois ia-me catar.

É que já não há pachorra para esta ladaínha.

Agora repita comigo:
"Essencial"
"Reivindicações".