Obedecendo à popular escala que usamos para a música (de 5 bostas a 5 estrelas) aqui vai a classificação AVP para os cinco principais líderes partidários:
Em Campanha
Francisco Louçã - 2 estrelas.
Igual a si mesmo, sempre com aquele ar de dono da verdade, agravado pelo olhar fixo, e com uma cassete que faz lembrar o PC de outros tempos. Eficaz na mensagem deslizou no debate televisivo com Paulo Portas, traindo as raízes de intolerância que se escondem no Bloco. Perdeu a frescura de meados de 90, mas consegue atrair as massas jovens desejosas de um líder que, pelo menos na aparência, se diz rebelde.
Jerónimo de Sousa - 4 estrelas.
A surpresa, pela positiva, agradável da campanha. Provou que Carvalhas foi um longo equívoco e que o PC só ganha (ou não perde) em ter um líder que fala ao coração do eleitorado que lhe resta e que se lhe assemelha em muito. Nada como a bota bater com a perdigota. Com a afonia no debate a 5, saiu-lhe a aproximação da sorte grande, por estranho que pareça.
José Sócrates - 3 estrelas.
Pouco dado a multidões, abraços e beijinhos (como eu o percebo...), não fez uma campanha de rua excepcional mas compensou não falhando nos debates televisivos. Ganhou muito com a triste campanha do PSD que conseguiu torná-lo simpático para o eleitorado, o que, por si só, ele não conseguiria. A sua mensagem positiva, mesmo se generalista, passou.
Paulo Portas - 1 estrela.
Fez o que pode, quando se pretende personalizar ao máximo uma campanha em que se pensa ser o único trunfo a jogar. Mandou calar toda a gente no Partido e pensou que sozinho arrancava 8 a 10% de votos, à custa do destrambelhamento laranjinha. Percebeu, tarde de mais para nós, que não chega mimetizar tiques de político conservador inglês de outrora. É preciso substância e não vogar, à cata do Poder, para muito longe do que afirmou há meia dúzia de anos. Mesmo assim, fez o que pode. Portugal é que está cheio de ingratos.
Pedro Santana Lopes - 3 bostas.
O mito acabou da pior forma.
Consigo imaginar campanha pior e mais errática, mas é porque tenho uma mente imaginativa e já li dezenas (centenas !) de livros de ficção científica.
A campanha do PSD foi personalizada por opção e necessidade.
O problema é que o seu líder parece acordar todas as manhãs sem se lembrar de boa parte do que se passou (e do que disse) nos dias anteriores. E como a vida política activa no duro lhe cortou as aventuras amorosas, o mau-humor começou a apossar-se do rapaz, que se sentiu vítima do maior complot da História Portuguesa. Faltou-lhe um Karl Rove que conseguisse disfarçar o que foi óbvio para todos.
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