Como se costuma dizer foi uma "banhada" de todo o tamanho para a Direita em Portugal.
O pior resultado conjunto de sempre, a avaliar pelos resultados conhecidos até ao momento.
Quanto à Esquerda, sabem da minha preferência por uma maioria relativa mas, na sua falta, o que aconteceu foi um mal menor, pois todas as forças da Esquerda subiram.
Por outro lado, esta maioria tão grande para Sócrates vai permitir trazer para o Governo gente que, de outra forma, teria receio em chegar-se à frente.
Não vamos ficar reduzidos ao tridente Vitorino-Coelho-Gama. Com alguma coragem, Sócrates poderia colar todo o Partido e chamar gente de todas as tendências, pela sua seriedade e competência e não apenas pela amizade ou favor pessoal.
O problema é que, por outro lado, vamos ver todo o Centrão a encostar-se ao PS. O grande perigo é esse e a grande virtude será saber resistir à tentação de abrir as portas a todos os "adesivos", ávidos de permanecer à mesa onde há comida.
Mas o que se passou, como aqui escrevi quando voltei de votar, foi que se sentia uma vontade enorme de correr com esta malta que estava em lugares para os quais não tinha qualquer tipo de perfil ou competência.
Santana Lopes e Paulo Portas representam uma página negra na história da governação portuguesa, fazendo lembrar aqueles velhos governos da I República, formado com base em clientelas que, mais do que partidárias, eram pessoais (CDS) ou resultantes de acordos de facções (PSD).
Claro que Santana Lopes e Paulo Portas não vão retirar as devidas ilações destas eleições e, como se viu por Morais Sarmento na TVI, vão continuar a culpar o Presidente da República e a interrupção da legislatura, ocultando que o sentido desta votação torna essa argumentação absolutamente irrelevante.
Santana Lopes vai alegar que recebeu o Partido com 28% e que Cavaco, em 1985, teve 29,9%, para justificar a permanência à frente de um Partido tomado pelos autarcas laranjinhas. Talvez, numa reacção impulsiva, decida sair pelo próprio pé, mas é pouco provável.
Paulo Portas vai, quase por certo, alegar que os grandes líderes se vêem nos bons e maus momentos, para justificar a manutenção da sua liderança.
Seria penoso confrontar estas posições com o que disseram e escreveram estes senhores ao longo dos tempos, mas a vergonha não mora por aqui.
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