terça-feira, janeiro 10, 2006

Antologia de O Rio - Parte I


O nº 0

Ora cá estamos nós a começar a nossa análise antológica da vida do jornal O Rio, fazendo-o exactamente pelo princípio, o que não sendo inovador, não deixa de ser prático.
O nº 0, datado de Novembro de 1997, anunciava na sua nota de abertura "um novo jornal para o concelho da Moita" e, perante as Autárquicas que aí vinham, dá a palavra a toda a gente e mais alguém, como os cabeças de lista à Presidência da CMM que incluíam o mítico major Tomé e o não menos mítico Leonel Coelho, assim como os desparecidos (à força) João de Almeida, José Epifânio e José Silva Santos, para não falar da artista plástica Rosália Alves Dias que como senhora que era nos ocultava a idade.
Curiosamente, é entre os candidatos à Assembleia Municipal que encontramos caras que por aí ainda andam, em especial a ainda actual líder do PS-Moita, na altura Eurídice Pinho, e os representantes dos partidos da CDU, Rui Garcia (hoje nº 2 da CMM) e Heloísa Apolónia, a face sempre mais visível do partido Os Verdes.
Como seria de esperar, são as declarações de Rui Garcia aquelas que mais nos prendem a atenção, pois já então se via que o rapaz tinha futuro porque já aliava de forma sublime a técnica do sacudir a água do capote das questões quentes para o Poder Central ("de facto, as principais carências, cuja resolução há muito é reivindicada pela população e pelas autarquias são as responsabilidades do(s) Governo(s)"), à visão mirífica do concelho ("quanto às responsabilidades e competências do município, satisfeitas que estão as necessidades básicas, os problemas são de crescimento") .
Antológica, e para relembrar, contudo, é a parte em que afirma que o concelho da Moita tinha crescido "sem sacrificar o ordenamento do território e a qualidade de vida da população", seguindo-se a afirmação plena de significado, na sequência de considerações sobre o arranque da revisão do PDM, que "Uma questão premente deste fim de século é a preservação do ambiente."
O que vale é que já não estamos naquele final de século e Rui Garcia-vereador no início deste século já não se parece obrigado a manter, na sua prática, as teorias de Rui Garcia-candidato à Assembleia Municipal no século passado.
É que já passou muito tempo e até o milénio é novo e apareceu pleno de centralidades.

AV1

1 comentário:

Ponto Verde disse...

Uma verdadeira caderneta de cromos. Penam que tenham sido eles a sobreviverem tachisticamente ao jornal e não o jornal a continuar a sua existência depois de desbotados os cromos.