Parece que Vitor Alves Pereira dirige nas páginas virtuais de O Rio o conselho ao shôr Presidente João Lobo de colocar em Tribunal os blogues que têm publicado matérias que alegadamente VAP considera, concordando com João Lobo?, serem ofensivas da sua honra e dignidade, dando como exemplo o seu próprio caso quando foi processado por algo que escreveu.
Eu perante a prosa considero-me - alegadamente - desorientado.
É que VAP afirma que tendo sido colocado em Tribunal, e apesar de ter provado as suas alegações o jornal onde escrevia acabou por fechar.
Isto é estranho pois, na prática, o resultado de coisa tão interessante foi fechar a origem da Verdade que que VAP era - alegadamente, mas também na opinião do Tribunal - o portador pela sua prosa.
Não sei se bem a entendo, mas a lógica de VAP será - suspeito eu - a seguinte: se estamos a divulgar falsidade seremos condenados; mas se estamos a divulgar verdades, acabamos fechados (embora não precisemos de apoios para funcionar, felizmente).
Por esta razão, mas não só, sinto-me confundido com uma argumentação em que os trunfos saem sempre à casa e os lixados seríamos nós.
Estranho, muito estranho.
Mas pode ter-me escapado qualquer passo da argumentação.
Mas, transcendendo esta dúvida, o texto de VAP é ainda supremamente interessante porque aconselha JLobo a processar os blogues e não o jornal Público. Será que é porque acha que os blogueiros serão mais vulneráveis e incapazes de manterem um diferendo jurídico com a CMM, graças ao poderio técnico da assessoria jurídica autárquica? Parece que também não acha de utilidade JLobo processar os deputados e vereadores que - alegadamente? - colocaram requerimentos e fizeram pedidos de esclarecimento sobre as matérias em apreço. os que escreveram sobre isso. Os blogues é que são os únicos mauzões.
Mas eu até considero que VAP é uma pessoa - alegadamente - bem-intencionada e só quer que se saiba a Verdade.
Nesse caso - suspeito eu - seria boa ideia ler a documentação divulgada e fazer contas pela sua própria cabeça, não esperando pelos tribunais. Afinal é tudo documentação pública e se quiser haverá quem lhe mande cópias. Eu não porque, alegadamente, não posso dizer que sei ou não sei, pois algumas pessoas, como alegadamente VAP, acham que se as pessoas não escreverem claramente as coisas é poque insinuam sem fundamento e de forma difusa, se escrevem claramente é porque ofendem. É o chamado preso (processado) por ter cão e preso (processado) por não ter.
Olhe, meu caro e estimado Vítor Alves Pereira, se é verdadeira a experiência pessoal que e nada tenho para duvidar de si como o VAP duvida dos blogues, eu só posso aconselhá-lo a ler as coisas, porque nada do que escrevemos extrapola dos factos documentáveis: de início, considerávamos errado o modelo de desenvolvimento para o concelho e exprimíamos o nosso desagrado pela suburbanização descaracterizadora da nossa terra; só em seguida acedemos ao sumo das mais-valias urbanísticas estranhas - alegadamente.
Porque, meu estimado VAP, nada como nunca abdicarmos da nossa capacidade crítica individual. Quando deixamos que os outros nos digam o que é ou não é, estamos a abdicar da nossa Liberdade.
E nunca se esqueça da sua própria doutrina, se porventura, ou alegadamente, escrever algo sobre decisões judiciais de processos flamejantes em curso: os tribunais são sempre a esfera essencial para a determinação da verdade. Mesmo se questões técnicas fizerem inviabilizar a prova documental recolhida.
Como sei que nos lê - de outra forma não se entenderia o seu texto - poderá responder-nos da maneira que julgar mais apropriada: publicamente como parece achar mais curial (mesmo se acha que os direitos de resposta não servem para nada) ou, se assim o quiser, de forma privada para avedros@gmail.com. Em qualquer dos casos, estaremos dispostos a esclarecê-lo sobre tudo que entender.
Mas registe sempre um facto: eu não tenho nada contra Tribunais, desde que não sejam usados como armas de silenciamento. Em especial acenando com a intimidação da punição económica (e que tal a peisão efectiva, já agora, por delito de opinião?).
E nisso julgo que concordará comigo.
Penso eu de que.
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