domingo, fevereiro 18, 2007

Já a mim o que me mete impressão...

Photobucket - Video and Image Hosting... é este refúgio nos recônditos da legalidade não claramente explícita, renegando as regras elementares do que se costumava chamar Ética.
Este roçaganço entre carreira política e profissional, esta permeabilidade fácil, em que o que ontem era hoje deixa de ser como se a pessoa fosse outra e não tivesse os mesmos interesses e amizades, esta promiscuidade aberta entre funções píúblicas e privadas, deixam-me sentir na beira da agonia, aquela que acaba comigo agoniado e não necessariamente moribundo.
É que tudo é encarado como natural.
Tudo é legal.
Tudo se compreende.
Os outros é que são invejosos e maldizentes.
Caramba.
Um tipo que, como funcionário do Estado deve servir de forma neutra o interesse do dito, deve ao mesmo tempo estar envolvido na luta política pelo controle do órgão do Estado (Local ou Central) que o emprega?
Perdida a luta política, será que o técnico sabe qual é o seu lugar e a sua função?
Ou continuará a sua luta política, aproveitando-se do seu entricheiramento profissional?
Conhecendo nós a cartonite partidária que ataca que se farta, alguém acredita que, em primeira e última instância, a fidelidade pende para a coisa pública e não para a clientela privada (de grupo, de partido, de empresa)?
É como o outro, depois queixam-se que não querem que tenham amigos.
Pudera.
E há os que são autarcas aqui e técnicos acoli.
Ou assessores lá e eleitos acolá.
Tudo se mistura, baralha e torna a dar.

Será aceitável que quem concorra a determinado tipo de "empreitada", depois tenha palavra activa - mesmo desligando-se do processo a certa altura - na aprovação superior da dita, feita e refeita pelos sócios de ontem?
É que depois não há moralidade que sirva para criticar os Cheneys e as Halliburtons do mundo do capitalismo selvagem.
É que só existem diferenças de escala e não de natureza.
Tecnicamente, o Vice-Presidente americano também contratou a bom preço para ir para o Iraque uma empresa da qual, no plano técnico mais estrito, já não fazia parte da Administração.
Claro que quase todos achámos que tudo aquilo estava mal, era opaco e indiciava tráfico de interesses e influências.
O problema é que depois, quando se chega cá á santa terrinha, impera o duplo padrão e já vale tudo o que se critica lá fora,
Hipocrisia pura, lá está, dos que apareçam agora a clamar pelas legalidades técnicas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Vamos lá a respeitar a convenção de Genebra, hein...
Não vale atirar sobre as balsas salva-vidas!!!!