«Recorre-se à justiça porque a legislação, os mecanismos de poder, os processos de decisão e os circuitos de informação são deficientes e medíocres. Pede-se justiça porque há cada vez mais a consciência da fraude e da corrupção de que os poderosos se gabam impunemente. Mas recorrer à justiça é também, cvada vez mais, inútil. É essa percepção que torna o crime fácil. É essa sensação que faz com que gestores, autarcas, políticos e empresários sintam que têm o caminho livre em frente, que tudo lhes é permitido. Antigamente, só as classes altas pensavam assim. Hoje, o sentimento de impunidade democratizou-se. Ao sangue e ao dinheiro, juntaram-se os votos e os cargos públicos. E, sem justiça, não há volta a dar.» (António Barreto, Público, 18 de Fevereiro de 2007, p. 45)
Nem sempre concordo com o homem.
Aliás, até embirro com a postura de senador acima de tudo, quando ele também andou a tentar tudo para se destacar na vida que critica durante um belo par de décadas.
Mas desta vez, acerta em cheio no alvo.
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