Já experimentaram ir à estação dos Correios da Moita?
Ou foram obrigados a isso?
Ou, como eu, julgaram por engano que era melhor ir lá de passagem do que esperar por chegar a Alhos Vedros e, apesar dos préstimos da D. Lucinda, um tipo arriscar-se a fica à chuva por causa da falta de espaço?
É que na Moita, apesar da arquitectura exterior da tendência taveiro-atarracada, aquilo por dentro tem algum espaço e até se dá ares de modernices.
Até já lá renovei a carta de condução e tudo.
Mas o pior é o chamado "funcionamento corrente".
Um tipo chega, saca do nº, olha para o mostrador e vê que faltam 14 pessoas.
Mau!
Mas depois olha bem e vê que está uma mão-cheia de balcões em funcionamento.
Boa!
Mesmo a 5 minutos cada pessoa - o que dá tempo para chegar pelo menos à entrada de Alhos Vedros e voltar para trás - a coisa dá 15 minutos de espera.
Mas depois um tipo olha de novo para a senha e vê com espanto e emoção: tempo de espera previsto 43 minutos e 35 segundos.
O QUÊ?????
É parvoíce da máquina, penso eu, não pode ser. Houve qualquer avaria, é engano.
Mas não é.
É que eu por momentos esqueci-me do comportamento moiteiro típico num espaço destes.
Quer dos que estão do lado de lá, quer dos que estão do lado de cá.
Os de lá, renegando a filiação ribatejana, demonstram uma languidez típica de anedota de alentejanos, mas sem a esperteza final.
Aquilo nem é devagar, devagarinho é mesmo só parado, paradinho.
Cada carimbadela é coisa para vários movimentos preparatórios.
Cada explicação implica uma reflexão metafísica wittgensteiniana.
Que as para as 6 horas ainda falta tempo e ninguém está preocupado se os outros têm algo para fazer.
Ele(a)s estão ali na boa.
Então e os do lado de cá?
Por mais que tenham ido tratar de determinados assuntos, nenhum(a) moiteiro(a) consegue fixar as informações ecolhidas na ida anterior.
Nunca sabem que é preciso assinar o aviso para levantar a encomenda ou o volume.
Nunca se lembram que é preciso o BI.
E depois discutem, discutem, porque isto e aquilo e não há direito e renhónhó e eu devia puder levar isto porque é para a minha prima que é muito ocupada e não pode vir cá.
Ou então é o recibo da aposentação da avózinha entrevadinha que se quer levantar sem qualquer documento e é uma vergonha, coitadinha que ela não pode vir e eu é que lhe compro os remédios e tiroliro e toriló.
Mas na eventualidade estranha de terem levado a apelada e identificação, falta a caneta e com a caneta dos CTT aquilo dá mau jeito.
Para um moiteiro vermelhusco ou uma moiteira anafadinha oxigenada rabiscar uma assinatura é preciso quase um requerimento ao Santo Padre.
E depois para acharem o nº e data do BI?
Mais difícil que a teoria da relatividade avançada.
E o(a) funcionário(a) a olhar, com calma porcina, quando o dito está de barriguinha cheia.
Ajuda? Nicles!
Perguntar novidades da família do utente? Claro!!!
E a conversa engrena e ambos se esquecem daquilo para que ali estão: um para atender com eficiência os utentes e o outro para tratar de um assunto relacionado com os Correios.
Entretanto na fila toda a gente começa a queixar-se, a olhar para o relógio, a enrolar os olhos, a dar-se ares de impaciência, a chocalhar o chaveiro preso nas calças (o horror, o horror...), a gritar para o telemóvel que vai chegar atrasada para ir buscar a Vánéssa Cristina à creche.
Mas é só chegarem ao balcão e lá fazem tudo igual a quem lá tinha estado antes.
Pois é, já percebo porque o Belmiro até já vende envelopes verdes.
Até podem sair caros em dinheiro, mas aquilo que se poupa em paciência e em convívio com a moiterama compensa em triplicado.
Possasssssss.......
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3 comentários:
A Dona Lucinda dos Correios de Alhos Vedros é a Moitense que merece uma menção honrosa do AVP com foto e tudo, haja aí algum reporter Alhos Vedrense que lhe tire uma foto para poder oferecer a Menção Honrosa do AVP.
AVCarnavalesco
e a anafadinha oxigenada deve ser a fernanda gaspar coitadita cansadita de tanto lutar contra contra o governo e nada fazer cá por alhos vedros.
o outro é que tinha razão....
e depois agora vendem de tudo nos correios.
As vendas devem contar para o prémio mensal.
Atão não quer o último do josé Rodrigues dos Santos?
E o Equador, em rebaixas, não vai?
E este livro com a rota dos vinhos e os selos correspondentes?
... Não há pachorra!
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