Alfredo Gallis, As Mártires da Virgindade (Lisboa, sem data)
Livrinho de um prolífico autor do início do século XX, cronista dos costumes da época, que termina da seguinte (e curiosa) forma, para quem pensa que os nossos tempos são muito modernos:
«Toda a nossa ciência minha senhora, é impotente para se antepôr à fôrça justa da natureza, e mais uma vez direi o que já disse a v. exª: o celibato forçado da mulher é um crime hediondo, que produz milhares de vítimas como sua filha. E neste género de crime, que a hipocrisia social sanciona com a falsa mascara dum pudor que não sente, onde não ha uma louca aparece um cadaver. Os hospitais de doidos e os cemitérios estão cheios de mulheres que perderam a razão ou morreram por não satisfazerem uma necessidade física a que teem direito todos os seres criados, ainda os mais humildes.»
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