Passei os olhos pela imprensa da manhã sobre o debate de ontem.
Descubro que, para além de míope, devo estar estrábico e meio surdo porque a generalidade das primeiras páginas retratam-me algo que não vi ontem na SIC e na Dois.
Aparentemente, Santana foi o vencedor, mesmo se por margem mínima.
Os malabarismos jornalístico-analíticos são assinaláveis desde a vitória causada por baixas expectativas quanto ao seu desempenho (quando SL é conhecido por ser bastante mediático) até ao facto do carácter morno do debate o ter favorecido (?!?!).
Penso, no âmbito das teorias da conspiração, que a maior parte da imprensa, dita de referência e até vermos o que o Expresso tem para nos oferecer na sua actual versão anti-Povo Livre, decidiu não dar uma mãozinha a Sócrates na conquista da maioria absoluta.
Uns porque não querem uma vitória à esquerda.
Outros, porque a querem partilhada, levando mais alguém até às franjas do poder.
Com estes últimos partilho o objectivo, mas não os meios de distorção jornalística.
Foi, em parte, errado o debate a dois porque a realidade americana para que remeteu é muito diversa.
Mas a exclusão dos outros líderes não justifica que enviesemos o olhar de uma forma que considero consciente.
Mas isso é prática comum entree nós.
Criticam-se analistas políticos por serem parciais, mas deixam-se passar os jornalistas impunes.
Talvez por isso é que jornalista e assessor de imprensa dos partidos ou gabinetes ministeriais sejam situações facilmente transmutáveis, com simples suspensões de carteira profissional.
Daqui a um mês talvez se perceba melhor, conforme os resultados, como se recompensam (ou castigam) os serviços prestados a esta ou aquela causa.
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