Titta Maurício rebate um texto que, mesmo não lhe sendo dirigido (por isso lhe terá escapado certa parte do conteúdo) , considera merecedor de longa resposta. Não a iremos aqui rebater por vários motivos: tempo, oportunidade e relevância. Só sublinhamos que Titta Maurício parece gostar de atirar com o labéu de "ateu" a quem não pensa como ele, resumindo o nosso pensamento a "Deus não existe", acrescentando comentários que reputo de ofensivos, em termos pessoais e não apenas em termos de credo ou crença. Utiliza epítetos sobre situações que desconhece da vida de outrém, o que nós nunca fizemos em relação a si, nomeadamente o que conhecemos por terceiras vias. Não leu tudo com atenção e fez mal. Foi essa a lógica da Igreja que tornou o seu papel histórico discutível em muitos períodos.
(Volta-se a explicar a TM que textos enviados sem ser em ficheiro anexo entram no blog sem formatação, pelo que não temos possibilidade de reproduzir todos os efeitos retóricos da sua escrita, com os sublinhados a monte e os muitos parágrafos. Como em relação a muita coisa, TM é surdo às outras vozes).
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A propósito do texto Polémica II
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Até que enfim um post em que não entram «só numa de gozo»!
Esta é, permitam-me, uma revelação gozosa!
Não percebo a necessidade do discurso sobre os convites e recusas de admissão a varia confrarias e irmandades! Eu por mim confesso que procurei uma e aderi a outras... desde a CUF (ainda gosto de lhe chamar assim) ao SCP, ao CDS (que não as "jotas") e à Fé numa Igreja que creio Una, Santa, Católica e Apostólica. Em todas elas permaneço com convicção que tenho por crescente... Quanto às conveniências, que elas existem, existem: a Alegria das vitórias verde-brancas, a Tranquilidade de poder defender Ideias em que acredito e o Conforto da certeza da Fé. Mas isto corre a par com as inconveniências: a Tristeza das "não vitórias" verde-brancas, as ofensas e incompreensões por parte daqueles que, incapazes de um debate sério de ideias, atacam e ofendem quem dá a cara por aquilo em que acredita...
Só no viver na Fé em Deus é que não vislumbro inconveniências!
Mea culpa...
Mas, entremos nas Metafísicas... ops, afinal ainda ficámos pelo "material": agora é o fantasma de Mani que renasce! É provável que essa luta exista, mas afastarmo-nos dela não a elimina, antes a alimenta e fortalece! Por outro lado, sendo verdadeira a sua influência, poderia ser de outra forma?
Mani, talvez fosse autor de uma heresia cristã... porém, filosoficamente, é um pensamento recorrente e - julgo - inultrapassável!
Mas aguardo o contraditório...
Ah, até que enfim: a questão religiosa!
Bom, uma vez mais, e digo-o com todo o respeito, temos uma amostra de criatividade: o "agnóstico" com certezas de "ateu"! Quem afirma que Deus é uma construção do Homem não segue o "agnosticismo" que é uma «doutrina filosófica que declara que o Absoluto[leia-se Deus] é inacessível ao espírito humano»).
O agnóstico não usa fórmulas mais compostas, como: «Considero ser Deus (...) uma imanência criada pelo homem para se proteger da transitoriedade da vida e do desespero que isso pode causar, podendo em última instância assimilar a existência de uma divindade última à própria Natureza, na sua acepção mais lata de entidade a que tudo pertence». Porquê tão grande discurso quando, no fim, tudo se resumiria se dissesse: Deus não existe! Desculpem (como não assinam, tenho que usar o plural), mas de "agnósticos" só podem ter a pretensão de querer usar o nomen!
Quanto ao papel histórico da Igreja Católica... e a comparação com o BE.
Em primeiro lugar, aguardo que explicitem a "discutibilidade" do papel histórico da Igreja: dizer o que se disse é de uma vacuidade enorme... que só é compreensível quando integrado num todo que é este blog... e alguns post em particular... em especial um recente sobre um site que vos dei a conhecer... mas que guardo o comentário para outro momento mais adequado!
Em segundo, o constante erro que comentem quando comparam organizações exclusivamente humanas (os partidos) e a Igreja: esta é uma Criação de Deus... ainda que composta de humanos! E depois a "treta" das bases e das cúpulas: a Igreja é uma comunidade sem hierarquia... pelo menos entre fiéis e sacerdotes. Há-a entre sacerdotes... mas, estes (relativamente aos fiéis) não ocupam um degrau superior numa (suposta) "escada de mando"... antes uma posição de Autoridade (no sentido de "auctoritas") no seio da Comunidade. Autoridade que é consentida e aceite. Que é discutida, mas respeitada.
Só um "não crente" é que faz confusões destas! «Quem te manda, ò sapateiro...»
Agora a análise de um "vaticanista" informado (?!?).
Uma afirmação que se pretende parecer séria, fica logo prejudicada quando inclui frases como «mesmo se não partilho todas as teorias da conspiração de obras como O Código Da Vinci e derivados menores»! Já agora, ficávamos a ganhar se soubéssemos quais são as que partilham?!?
Duvido... mas, "prontos"!
Casado pela Igreja sem baptismo: esta é outra!
Primeiro, ninguém é casado pela Igreja... quanto muito, casam na igreja! O casamento é a manifestação da vontade de troca de votos... e fazê-lo na igreja, em princípio, é a celebração de um dos 7 Sacramentos da Igreja! Sacramentos que todos os católicos buscam... e que os outros (que não percebem, não aceitam e não toleram) procuram e julgam encontrar na imitação barata da cerimónia! Peço imensa desculpa, mas o Padre o que fez não foi bom senso: foi cobardia... e Piedade! Quanto muito, celebrou o Sacramento do casamento da sua mulher... e fez de notário, registou mais um casamento... e "'bora p'rá boda que a larica já é muita"!
Comportamentos destes fazem-me concordar com o que os comunistas fizeram na (defunta) URSS: já que a malta gosta tanto do ambiente (porque será?!?) constroem salas de casamento "tipo igreja" ou (muito pior!) desacralizam um templo e celebram lá casamentos civis... com vestidinho branco, chapéus enormes e coloridos p'rás senhoras, o arrozinho no final... e deixava de haver hipócrisia!
Recordam-se todos do que afirmam no casamento na igreja? Têm consciência que ao proferirem afirmações "não sérias" (mentiras puras) tornam todo o casamento formalmente inválido. Acham que é aceitável que alguém possa ir para uma cerimónia formal e que, numas frases, diga a verdade e noutras minta conscientemente? Acham credível um sujeito que tanto diz sim às promessas esponsais e sim quanto às promessas espirituais... sabendo-se não crente (ou ateu)? Só não percebo uma coisa: mas se não gostam porque é que lá vão?!? Tenham coragem de dizer não! Tenham a honestidade de dizer que não!!!
Tenho familiares meus que não são baptizados e os pais pediram-me para eu me considerar padrinho deles: fizeram uma festinha num restaurante e (sabiamente) pouparam-me à desagradável tarefa de rejeitar um convite para cumprir parte de uma tarefa (educar cristãmente os filhos) em que sabia que não seria acompanhado... nem apoiado! O facto de alguém não ter fé, ou não procurar viver na Fé, não faz dela uma pessoa escabrosa (nem o contrário é uma verdade absoluta). Só não o faz elegível para o encargo de padrinho na Igreja!
Finalmente, o caso de João Paulo II.
Custa-me "falar para o boneco", mas "prontos": a Paciência e a Humildade são mais umas daquelas Virtudes de que se alimenta Fé!
Em primeiro lugar, o "poder" do Papa não se transmite por vontade dos homens! A própria escolha do sucessor de S. Pedro opera-se com a intervenção do Espírito Santo! E, se bem percebi, quanto à abdicação de João Paulo II, basta citá-lo na resposta que o próprio deu a quem o questionou sobre essa hipótese: «Cristo não desceu da cruz para aliviar o Seu sofrimento!» Sobre a "revitalização" da função, perdoem-me a crueza: muito obrigado pela preocupação mas, estamos muito satisfeitos com o desempenho do actual Papa e rezamos para que Deus o guarde e proteja por muitos anos!
João Paulo II não é um mito: é uma realidade!
Viva!
Vivificante!!
Inspiradora de exemplo!!!
Num mundo (ocidental) em decadência, ele é o garante, o pilar que nos permite acreditar que a Fé move montanhas... mesmo aquelas que todos julgam e julgavam inamovíveis!
Que não é fisicamente imortal, já todos o sabemos! Que está muito doente e debilitado é uma evidência. Mas dele não nos envergonhamos, nem tampouco do lugar a que a Divina Providência (como ele tantas vezes recordou) o chamou a ocupar o "despejaremos" apenas porque alguém não acha esteticamente conveniente ou vantajoso que o Papa seja um velho fisicamente debilitado: mas estamos a falar de um concurso de beleza?!?
Uma vez mais o desconhecimento dos fundamentos do Catolicismo impedem conclusões coerentes e sérias!
O actual Santo Padre não é um exemplo (nem sei quem é que isso disse... a não ser os que querem atacar a Igreja por tudo e por nada - ainda gostava de saber o que diriam se ele abdicasse?) em favor dos idosos e doentes. As frases que sobre ele são ditas pelos "não católicos", essas sim, são um exemplo do que os idosos e os doentes podem esperar dos "não crentes"!
Como não vos conheço, não posso avaliar dos vossos conhecimentos sobre as ciências médicas, mas a doença de que o Santo Padre padece, segundo me contam os médicos, é das mais desagradáveis porque o doente com Parkinson (ao contrário daquele que padece de Alzheimer) tem perfeita consciência da sua incapacidade de controlar as funções musculares.
Naturalmente, João Paulo II está incapacitado para conduzir um veículo automóvel... assim como para manuscrever, ou ter uma coordenação motora perfeita que lhe permita falar com facilidade... e, por isso, poder celebrar a Eucaristia com a normalidade exigida para quem tem de o fazer para uma comunidade de fiéis. Todavia, daí a concluír-se que ele está incapacitado para cumprir as suas funções é um exagero. Para não dizer outra coisa...
João Paulo II não conquistou o lugar de Papa... e, por isso, não pode «passar o testemunho»... porque não é seu! Só os ignorantes da fé é que o podem imaginar... e dizê-lo impunemente!
A César o que é de César... e deixem os católicos em paz! Se querem aprender perguntem, leiam, sejam humildes... e compreendam!
Cumprimentos,
João Titta Maurício
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