segunda-feira, fevereiro 07, 2005
Requalificação urbana III
Devido ao seu passado industrial, primeiro no sector das cortiças e depois no dos têxteis, e graças à desordem quase completa da regulamentação da sua malha urbana ao longo do século XX (execpção feita, talvez, à Avenida Bela Rosa), em Alhos Vedros encontramos vestígios defuntos de fábricas um pouco por todo o lado, entremeados nas zonas residenciais.
Quase todas estas estruturas estão desactivadas, abandonadas e em decomposição mais ou menos acelerada.
É óbvio que nenhum poder político pode, por si só, impedir este tipo de fenómenos mas, quer-nos parecer a nós que somos leigos e olhamos de fora, que seriam possíveis iniciativas que procurassem revitalizar, para outros fins, muitos destes enormes barracões e armazéns (de pé ou em ruínas) que se estendem da antiga Gefa à Fristads, passando por todas as ex-fabriquetas de cortiça nas margens da Estrada Nacional, perto das ruas de Damão e Diu ou mesmo as que restam a nascente da Bela Rosa, por exemplo ao longo da rua Duarte Pacheco.
A ideia de um Museu Municipal das Actividades Tradicionais podia ter alguma utilidade neste aspecto e - isto é só uma ideia de ignorante - concorrer a financiamentos que se não resumam a novas rotundas, estradas ou reperfilamentos. Sei lá, qualquer coisa na área da preservação do Património.
Mas acredito que ninguém na CMM, muito em especial no seu selecto pessoal político ou mesmo no seguidista ou desanimado pessoal técnico, esteja muito virado para esse tipo de ideias e iniciativas.
Não enchem tanto o olho, são demoradas, não parecem render muitos votos e, para os de vistas mais curtas, não correspondem à sua noção de desenvolvimento.
Nada que se discuta numa almoçarada no Horizonte Azul ou em outra casa de pasto/restauração amiga.
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