Apesar da aposta na estratégia da avestruz e nas entrevistas incompreensíveis, a verdade é que o poder moiteiro actual está em estertor, mesmo que finja que não sabe.
Se pensam que a escandaleira lisboeta vai servir de distracção quanto aos problemas que por esta banda se acumulam, andam muito enganados.
Por isso é bom que decidam no que pretendem fazer a curto-médio prazom sendo que nós por sermos um blog eminentemente de serviço público deixamos desde já o menu das alternativas possíveis:
Cenário 1: João Lobo, o Poder Moiteiro & Associados, fingem que não é nada com eles, que isto são meros percalços e apostam no prolongamento da agonia até o mais perto possível das próximas eleições, de modo a ensaiarem uma sucessão na continuidade. Já se sabe que JL está aposentado e governado, pelo que em 2009 com pouco mais de 50 aninhos estará em condições de ser emprateleirado em qualquer lugar honorífico por aí. Neste cenário, a sucessão lógica passaria pela promoção do nº 2 Rui Garcia a testa de ferro e a candidato a Presidente. Esta é a estratégia mais autista de todas e aquela que só servirá para que o que está podre apodreça mais. Tirando o ego dos envolvidos (a dupla dinâmica e um ou outro aspirante amoitado a promoção), todos ficarão a perder: o concelho, a coisa pública e mesmo o partido a que pertencem. Para além de que será inútil tentar fazer-nos convencer que Garcia não teve nada que ver com este descalabro.
Cenário 2: João Lobo aguenta o barco mais uns tempos e à moda do antecessor, é varrido a meio do mandato para dar espaço e tempo ao "herdeiro" para controlar os estragos, ganhar maior visibilidade e balanço para as eleições de 2009. O método seria similar ao da defenestração de João de Almeida quando se tornou incómodo; o nº 2 e controlador do Urbanismo subiria a nº 1 interino e, cruzando os dedos e tocando a rebate pelas fidelidades e clientelas espalhadas, apostar na eventualidade da repetição de uma vitória eleitoral. Se é verdade que a estratégia já se revelou eficaz anteriormente, desta vez há que contar com a total falta de carisma sorridente de Rui Garcia. Aquilo em outdoor não funciona, para além de que RG não pode fingir, como já acima se escreveu, que tudo o que tem sido feito de errado aconteceu sem os eu conhecimento, ou então que ocupouo cargo de nº 2 durante meia dúzia de anos com reserva intelectual ou objecção de consciência.
Cenário 3: João Lobo apercebe-se que só está já a empatar e a ser embaraçoso para toda a gente (ou fazem-lhe perceber isso) e vai-se embora antes que a coisa aqueça a sério. É uma variante da estratégia anterior, mas implicaria que a segunda linha avançasse desde já, quando parece estar perfeitamente impreparada para o fazer. E depois restaria ver o que fariam perante os imbróglios que vão aparecendo a público. A sucesso da estratégia dependeria - e muito - da atitude perante o projecto do PDM, pois se fosse mantida a posição actual, tudo acabaria por ficar na mesma e os três próximos anos continuariam a ser "encarados com muita dificuldade", sendo fácil às oposições - em especial se soubessem entender-se numa plataforma comum - ir provocando uma progressiva erosão do poder instalado.
Cenário 4: João Lobo aguenta até ao fim do mandato (se o deixarem) e, em véspera de novas eleições, o poder moiteiro renova-se por completo, varrendo a herança polémica. Isto poderia ser feito de duas formas, qualquer delas com eventuais custos: uma seria avançar com uma renovação em termos totais, apostando em gente "nova", desligada das últimas vereações; a outra seria recuperar vultos "históricos", da velha guarda, sobre quem não impendem suspeitas de nada especialmente duvidoso. No primeiro caso esbarramos com a manifesta falta de pessoal político de qualidade, capaz de suscitar confiança fora dos mais fiéis prosélitos do regime moiteiro que queiram manter o poder a todo o susto e seja com quem for. No segundo caso resta saber se quem se "reformou" das lides há uma ou duas décadas está para voltar ao activo.
Cenário 5: Com ou sem João Lobo, e em especial se as suspeitas se avolumarem e passarem da esfera comunicacional para a jurídica, o poder moiteiro apercebe-se que precisa de nova legitimação eleitoral e decide ir a votos antecipadamente, com uma solução de continuidade (e aqui as oposições teriam de mostrar o que valem, mas teriam uma hipótese de ganhar posições) ou de ruptura com o passado mais ou menos recente e um projecto corajoso de renovação completa das práticas políticas e de esclareciemento transparente de tudo o que aconteceu(e as oposições ficariam em sérios problemas).
Ou seja, na nossa modestíssima e mal informada opinião, a melhor solução para o poder moiteiro seria aquela que entra mais em conflito com as suas práticas rotineiras instaladas. Por isso mesmo, não deve ser o caminho escolhido.
Infelizmente.
Se é verdade que a manutenção de um poder apodrecido só dará razão e vantagens a quem sempre se mostrou contra ele, também não é menos verdade que tamanha teimosia custará caro a todos nós e hipotecará definitivamente qualquer hipótese de inversão de um modelo de desenvolvimento terceiro-mundista, suburbanizador e atentatório do interesse público.
Acredito que existam mais cenários possíveis, mas agora só consegui contar até cinco que são os dedinhos da mão.
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