História de contornos confusos, sinistros mesmos
Os relatos referem com efeito que no início desse ano, era a Rosa Eduarda ainda menor, teria uns 17 anitos ou nem isso mesmo ainda, começaram uns tipos estranhos a rondar, a rondar a Propriedade onde vivia, lá na Quinta das Ladainhas, com intenções na altura inconfessáveis.
Dada a menoridade e a condição indefesa da rapariga, o assunto surge como muito grave.
Alguns dizem que um dote de grande valor, coisa de extremos (ou de muito doidos, ou de muito vivos) chegou a ser pago em favor da Rosa Eduarda, ou contra ela, há quem afiance.
As versões diferem conforme os narradores.
Mas numa coisa, há certezas: as rondas suspeitas e os desígnios sombrios eram muito protocolares, mas protocolares de um estilo nem doce, nem nada novo.
Dir-se-ia um amargo estilo velho, com ranço de outros tempos, de outros lugares, e de outros protagonistas.
A versão dos familiares, dos amigos e vizinhos
Os defensores da REN e a família da Rosa Eduarda dizem que o dote foi valioso. Porventura bem menor do que o anunciado e registado, vá-se lá averiguar porquê, mas mesmo assim muito excêntrico e extravagante, a Rosa não pediria tanto, nem para si, nem contra si.
E acrescentam os amigos da REN que se tratou aparentemente de uma cilada para apanharem a Rosa Eduarda, e a fazerem desaparecer de vez, sabe-se lá com que intuitos malévolos e com que desígnios inconfessáveis.
A versão dos que desde então não pararam de rondar o local
Os que parecem ter armado a cilada à nossa REN, e que pelo menos desde essa época andavam a procurar fazer a cama à Rosa Eduarda, vá lá saber-se com que fins, dizem por seu turno que a coisa não é bem assim, e mais não esclarecem, porque, acrescentam eles, tendo já feito um Esclarecimento anunciado como muito esclarecedor e tendo dito que a coisa não é bem assim, nada mais têm a esclarecer nem tampouco precisam de enumerar e menos ainda enunciar os factos sobre os quais alegadamente alguém mentiu, e que afinal eles desmentem. Ninguém percebeu? Nesse caso, é normal, deve ler-se de novo o Esclarecimento.
Desaparecida e bem desaparecida, ou talvez não
Desde então, nunca mais a nossa Rosa Eduarda foi vista por aquelas bandas.
Nem mesmo por ocasião de uns importantes festejos, com muito folclore e alguns teatro de sala e de rua, ocorridos no Concelho da Moita entre 4 de Julho e 2 de Setembro de há 2 anos. Na altura, muitos esperavam poder voltar a ver, porventura ouvir ao menos falar da Rosa Eduarda por aquelas bandas.
Familiares e amigos muito gritaram por ela, inconsolados com a falta de notícias da REN nessa antiga Propriedade onde crescera e fora feliz, na Quinta das Ladainhas.
Engano o seu.
Em resposta, só obtiveram azedume e conversa da treta, com muito blá blá blá de que por cada Rosa Eduarda perdida viva e bem viva na Quinta das Ladainhas e noutros lugares do Concelho, ninguém se poderia lastimar, pois que 2 outras Rosas Eduardas, incluindo da mesma família, de apelido Nunes também, seriam enterradas mortas e bem mortas nas terras do Sul do Município.
Com muitas e desvairadas vantagens, centralidade, novos eixos, blá blá blá.
E sobretudo com um epitáfio nobre e credível, do género
‘Aleluia, aleluia, aqui jaz a Rosa Eduarda muito bela,
Aqui jaz toda tramada a terra e a gente caramela”
(é para continuar... amanhã, que a emoção e o drama crescem de intensidade)
Leitor (com alguma pós-produção do AVP)
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