Apesar de ser estranho que uma nota partidária seja produzida com estes efeitos de ataque pessoal a um cidadão - mas isso são opções e ódios de estimação em que não nos metemos - o mais estranho é a forma que tomam os que poderão passar por ser os "argumentos" de tal nota.
Deixando a defesa do Movimento da Várzea e de A.A. aos próprios, convém no entanto esclarecer aqui os incautos leitores sobre alguns aspectos "interessantes" da referida nota.
- Antes de mais, afirma-se na nota em causa que «O PCP defende e incentiva, as mais das vezes isoladas no contexto partidário português, as iniciativas, os movimentos e as organizações populares. Contudo, nunca o PCP se eximiu à sua responsabilidade, enquanto Partido de classe, com a sua identidade ideológica e os seus princípios, a valorar os propósitos, explícitos ou encapotados, de qualquer movimento». Isto é divertido, pois todos nós sabemos que se há algo que o PCP é especialista, e o da Moita em especial, é em "inventar" movimentos cívicos que só os militantes, familiares e amigos conhecem, que são criados com despropósitos muito específicos de combate ou de distracção das atenções. Vejam-se a este propósito as iniciativas quanto à renovação da escola Secundária da Moita, quando a CMM é parceira de um projecto que a está a esvaziar de alunos ou mesmo quanto ao SAP de Alhos Vedros (um protesto que nunca se percebeu se passou do papel de rascunho). Portanto, aparecer este "Executivo" (será que é um Colectivo?) a criticar um movimento de cidadãos por ter intuitos ocultos, quando eles são claramente explícitos (travar este PDM), só pode ser o resultado de muito calor na moleirinha.
- Para além disso, ressalta dessa nota a falta de satisfação pelo facto de O Rio ter publicado um escrito do senhor António Ângelo, sem que o contraditório tivesse sido imediatamente pedido. Resta saber se sempre que O Rio divulga qualquer nota do PCP, este "executivo" recomenda ao director daquele jornal que vá ouvir os visados pelas diatribes habituais nessas notas destemperadas e por regra quase incompreensíveis.
- Por fim, afirmar que «o PCP não reconhece legitimidade moral aos que o renegaram para nos darem quaisquer lições» revela até que ponto isto se tornou uma questão pessoal e não de princípios. O PCP não admite que qum tenha saído das suas fileiras possa ter direito a opinião e muito menos à razão. Isto é uma visão canhestra, simplória e neste caso efectivamente antidemocrática de quem acha que um combatente antifascista era equivalente a um bufo. Para quem, como eu, teve familiares com problemas em outros tempos por causa de denúncias de bufos isto é uma enorme afronta. Assim como desautoriza o PCP local de fazer críticas a várias situações da actualidade em que se deram situações de delação vergonhosas. Mas, pensando bem, talvez tudo se perceba graças ao incentivo que certas pessoas deste "Executivo" ou dele próximas deram a práticas de bufaria e delação local nos últimos anos. Lembremo-nos do "Vigilante", lembremo-nos da caça às bruxas ao AVP, para não falar em outros blogueiros que ficarem pelo caminho com receio de maiores chatices.
Com esta nota - e independentemente das questiúnculas particulares com António Ângelo - o "Executivo" do PC local envergonha o seu partido a nível nacional e demonstra até que ponto defende conceitos perfeitamente ultrapassados do que é o combate político.
E se me alegarem com a legitimidade do voto, então eu digo desde já que não lhes reconheço legitimidade para criticarem o "engenheiro" Sócrates ou o etílico Jardim.
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