«O homem político ocupa um lugar à parte na república. É, sem dúvida, investido de uma responsabilidade singular. No jogo das responsabilidades que marca as nossas instituições, tem por princípio a última palavra: toma as decisões e deve seguir a sua aplicação.
(...) Mas se tem a última palavra, o homem político não tem muitas vezes a primeira. As condições da sua acção são cada vez mais difíceis, como o demonstra a tripla contradição entre o tempo da acção política, o tempo dos prazos eleitorais e o tempo mediático. Ora é precisamente nesta dificuldade e complexidade crescentes que a sua própria responsabilidade se torna, para ele, uma referência indispensável. Permite-lhe opor a coragem política ao fascínio das sondagens, a exigência do longo prazo aos jogos televisivos, a preocupação das operações efectivas ao anúncio das decisões espectaculares.» [destaques em bold nossos]
Alain Etchegoyen, A Era dos Responsáveis (Lisboa, Difel, 1995, p. 112)
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