domingo, fevereiro 13, 2005

Sondagem de Domingo

Hoje acordei com vontade de fazer uma sondagem.
Abri a janela, dei uma cuspidela para o ar (não é bonito, nem higiénico, mas foi por uma boa causa) e, mediante cuidadosa análise da trajectória da coisa, da velocidade e da forma que tomou quando chegou ao solo, consegui obter resultados que reputo de muito credíveis, apenas com uma margem de erro de 2,46% (de acordo com os parâmetros do antigo centro de sondagens da Universidade Moderna),
Quanto ao método é tão bom como outro qualquer usado actualmente e mais limpinho do que analisar as vísceras de uma galinha à moda dos antigos romanos.
E a que resultados cheguei, perguntam-me neste momento os 3 leitores ávidos de novidades.
Bem, a nada de especialmente novo, como passarei a demonstrar.

PS – 38 a 41%
PSD – 28 a 32%
CDU – 6,5 a 9%
CDS – 6,5 a 9%
BE – 3,5 a 5,5%
Outros todos ao molho – menos de 3%
O resto da malta votou branco ou nulo.
Os indecisos abstiveram-se e terão sido entre 25 e 30%

Como se vê, são resultados que satisfazem toda a gente, menos, talvez, o PS que ficará a 3-4 deputados da maioria absoluta. De qualquer modo, chegará ao poder, fazendo contas de cabeça a quantos pontos percentuais do Orçamento terá de abdicar para adquirir o necessário apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do CDS, conforme as conveniências.
Santana Lopes, em nome do PPD/PSD, reclamará vitória pois atingirá uma votação equivalente ou um pouco superior à das últimas eleições europeias, invertendo toda a argumentação que usou então para desvalorizar esse resultado.
A CDU e o CDS, disputando taco a taco o 3º lugar, reclamarão vitória, os primeiros porque não desceram muito e afirmarão ter impedido a vitória da direita e os segundos porque ficaram à beira dos dois dígitos (um fetiche por aquelas paragens) e mostraram “competência”, “utilidade”, “estabilidade” e devoção ao Líder.
O Bloco de Esquerda (embalado por uma imprensa mais do que favorável, mesmo ao nível da subserviência e devoção) também reclamará vitória porque conseguirá o número de deputados suficientes para servir de muleta ao PS sempre que necessário, assumindo uma função similar à do CDS, e tramando o PCP, seu principal adversário, e assim resolvendo boa parte do complexo de Édipo dos seus líderes.

Sem comentários: