sábado, fevereiro 05, 2005

Uma vez mais, a caravana pára

Não sei, nem me interessa se publicam este texto!
Vou evitar dar importância às ofensas pessoais, até porque não têm correspondência com o meu texto (no seu conteúdo ou retórica) e que, por isso, ficam com quem as proferiu. Eu assumo as minhas (e a cronologia é reveladora). Outros assumam as suas...
A transcrição do texto é exacta, mas, como já disse noutro sítio do blog, ou assumimos o que acreditamos... ou mandamos tudo às malvas! Eu, com todos os defeitos que tenho, prefiro tentar ser sério e fiel ao que acredito. Não que tenha a pretensão de nunca ter errado, mas procuro o alívio de saber que, de modo consciente, nunca fiz mal a ninguém!

Bem sei que o facto de ter começado por pedir desculpa não me isentaria de culpas ou de justos reparos pelo texto se ele houvesse sido concebido com o objectivo de ofender ou atentar contra a dignidade de alguém. Ora, continuo convicto que tal não se pode inferir do conteúdo do que escrevi e assinei!
Por isso, repito: a Igreja é – hoje mais do que no Passado – uma comunidade de adesão voluntária. Só a ela adere quem quer. Quem quer casar não precisa de ir ao pároco ou ao templo para que a sua união seja legítima e beneficie de todas as vantagens e sofra todos os ónus que a lei prescreve para as uniões formais. Só lá vai quem quer... e só lá precisam de ir casar quem entende o casamento como um Sacramento concedido pela Igreja católica (a Igreja e não o padre) e que reputa de válido e indispensável para a sua vida espiritual, íntima, pessoal! Dão-me licença que vida com seriedade o que acredito e que recuse aceitar que uma cerimónia – que creio profundamente espiritual – deve ser realizada cumprindo-se os preceitos que não são prescritos "ao-Deus-dará" e que, porque não estão à disposição dos humores de cada pároco (a Igreja é católica e não paroquial ou local), devem obedecer a regras que são aceites pela comunidade? Dão-me esse privilégio?
Imaginem que era ao contrário, que a Igreja prescrevia como não necessário que ambos os nubentes – ou até nenhum – tivesse que ser baptizado. Como é que reagiriam se o pároco local se armasse em mais papista que o Papa e exigisse esses Sacramentos e se recusasse a celebrar a cerimónia? O casamento na Igreja é um Sacramento que só é requerido para os crentes... o "papelinho" só tem eficácia para questões civis!
A Vossa invectiva contra mim é de tal maneira injusta, quanto eu nem sequer acho que se devam discriminar as pessoas em razão da forma (ou ausência dela) da sua união. União de facto e casamento deve ser uma opção livre. Agora, se em cada uma delas são prescritos requisitos, porque é que os que a Igreja prescreve como exigências de Fé para a celebração dos seus Sacramentos, deveriam de ser... flexíveis?!?

Acusam-me de ter feito «ameaças veladas»: quais e onde? Esta é mais uma das frases que juntam ao Vosso currículo de insinuações...

Aparecem fotos minhas para publicação... percebo, as dos outros não! E que devo fazer quando são os jornalistas as pedem (ou as tiram): recuso? Escondo a cara? Envio uma foto de terceiros? Ou assino com pseudónimo?...

Quanto à indiferença dos eleitores... julgam que a vossa opinião conta para quê: Vós valeis tantos votos quantos a medida do Vosso estrito número. E julgam que o facto de o CDS no concelho ou no distrito valer menos do que merecia me incomoda? Se o objectivo fosse a notoriedade ou o reconhecimento devidos pelo “carneirismo seguidista”, amorfo e propalado do conforto de pertencer ao "clube dos que jogam em casa", se fosse esse o meu propósito, se calhar tinha-vos encontrado nas sedes dos partidos ou das associações a que nesta terra é fácil pertencer! Mas como não é... foram Vocês próprios que foram buscar um texto meu e que despertou a minha atenção para este espaço... Indiferença, indiferença... mas lá leram!
Querem dizer-me que não posso contar com o Vosso voto? Olha que já nem vou conseguir dormir descansado... é a Vossa opção! Se encontrarem melhor, façam o favor. Se no "mercado dos políticos" não encontrarem espécime que vos encha as medidas, sempre têm uma boa solução: candidatam-se e depois medimos as nossas irrelevâncias!

Porque falam... falam... falam... falam... falam... falam... e não vos vejo a fazer nada!
Aliás, se às vossas "postas" subtrairmos a propagação de boatos e as "bocas do vulgo", fica uma mão cheia de... ofensas pessoais a quem ousa dizer diferente da vossa cartilha! Leiam-se ao espelho... e corem: pelos menos, ficam da cor das dependências que não confessam!

Sobre o MIRN e afins: digam lá (admito que demore algum tempo... mas eu espero) onde é que eu defendi o «se eles matam, nós matamos mais»?
Onde é que eu disse, que «os crimes cometidos em nome da religião ao longo de boa parte dos últimos dois mil anos, são suaves penas terrenas para os corpos dos torturados pela Inquisição, por todos os que foram queimados como heréticos, pelos infiéis trespassados em nome da Cruzada, e tudo isso». Mas quando defendem o Fidel, ou o Estaline, ou os outros assassinos em massa, colocam-se ao lado dos que defendem o Hitler e outros quejandos! É lá que vocês estão, mas lá é um sítio onde nunca me vão encontrar! Tentam colar aos meus textos as boutades que aprenderam na cartilha dos pioneiros e com as quais a malta lá da rua se ri e pelas quais Vos dão palmadinhas nas costas... Mas não colam, porque nem me reconheço em tal discurso!

Quanto à posição face às religiões: é verdade o que de mim afirmam… mas não as conclusões! Só um Ateu (e não é ofensa, é um nomen aplicado a um tipo que preenche determinadas características – e que, salvo erro, já aqui enunciei), Só um Ateu, dizia, é que pretende que alguém que adere a uma fé não o faz. Só um relativista moral (que, por o ser, não acredita na possibilidade existência do Absoluto) é que entende que deve forçar os outros a renegar e a relativizar as suas crenças profundas!
Para mim (como para os fiéis de todas as religiões – e a maioria dos 6.000.000.000 de seres humanos crê em Deus... independentemente das manifestações ou dos particularismos que consideram como mais verdadeiros), se me (nos) dão licença, a Revelação a que adiro é a verdadeira! De outro modo estaria a brincar com coisas sérias! Se dissesse que a minha religião não é a verdadeira e a única estaria a negar a essência da Revelação: uma religião baseia-se numa Verdade que cremos relevada pelo próprio Deus... não numa opinião!
Se não acreditam, tudo bem! Alguém – hoje – Vos obriga a acreditar? Mas, se ninguém vos obriga a acreditar, porque é que nos querem obrigar a "acreditar" nos Vossos termos e nas Vossas condições?!?

Quanto aos epítetos contra as mulheres do lado "pró-vida"... não ameacem que o fariam… mas, antes recordem-se de como as qualificam de hipócritas, de irem fazer abortos a Espanha ou a Inglaterra, etc! Admito que há uma tremenda infelicidade e mau-gosto na minha expressão. Mas, procurarem usar um angelical ar de "não-me-toques-que-me-ofendes-e-logo-eu-que-nunca-ofendi-ninguém-e-a-todos-sempre-tratei-com-igual-respeito", fica-vos mal e – bem o sabem – não corresponde à verdade!

Sobre o meu sentido de humor, admitam – se Vos for possível: é uma questão de gosto... assim como o vosso!

Quanto ao mais, peço de novo: concretizem! Fiz ameaças: quais, quando e onde?

Sobre – é assim, não é?!? – os outros comentários, noutros blogs, compreende-se o padrão: usam-se outros para, refugiando-se nas citações, continuarem a ofender... fica-vos bem manter o padrão! Tal qual como o "recorte" do jornalista brasileiro sobre o José Sócrates! De uma "elevação" e "seriedade" intelectuais invejáveis! Um exemplo de comportamento não insultuoso, nem idiota...

Et pour cause...

Repito: demonstrem as ameaças de que me acusam!
Fazer queixinhas aos meus amigos no Poder?!? Vocês têm tanta graça que até embaça!!!
Devem sofrer de "mania da perseguição"... e aguda, com toda a certeza! Isso é coisa dos vossos camaradas... ou ex-camaradas!

Finalmente, a resposta à revelação pública de um convite privado. Só para esclarecimento: tenho por certo (não só por conhecimento empírico, mas por haver consultado alguns estudos sobre o assunto – e os blogs foram o universo de análise) que a comunicação escrita é propensa a falhas de comunicação e a entendimentos deturpados do que se lê e do que verdadeiramente se disse (ou se pretendeu dizer). Se julgam que convosco (ou com outros universos de leitura) eu fui agressivo (e nalguns casos, insultuoso), então releiam alguns diálogos ou debates novecentistas e esqueçam que os autores são os Eças, os Ramalhos, os Herculanos, ou outros... e descubram como a dialéctica entre protagonistas de sinais contrários pode ser bem violenta. Principalmente quando os temas são ou a política ou a religião!
Eu, muitas vezes, também me senti profundamente ofendido pelos que escreveram sobre mim ou sobre o que escrevi! O que esse estudo defende e demonstra é que quando os interlocutores não se conhecem, nem usam o mesmo código de linguagem, acabam por tresler os textos. Verifiquem como as mensagens que trocam com pessoas que conhecem são menos geradoras de conflitos. O meu propósito (porque Vos tinha por intelectualmente sérios e honestos... e interessantes) era obviar a este triste espectáculo!
Só um exemplo: leiam o que escrevi sobre o casamento católico e os seus requisitos, esquecendo que, na origem, se está a falar de um homem e de uma mulher concretos (e que eu não conheço, que não me conhecem e que, por isso, não posso – nem quero – julgar). Porque só assim é que o percebem e retiram todos os subentendidos que conseguiram descobrir e que nunca foram pretendidos ou sequer lá estiveram! Se em vez de só me lerem, me ouvissem, porque me conheciam, saberiam bem que a minha agressividade discursiva é tudo menos maldosa ou insultuosa! Aliás, só quando muito provocado é que respondo à letra! Admito que, muitas vezes até exagero, e que subo a parada! Todavia, pretenderem apresenta-se como virginais ofendidos é forçar a nota para além do razoável!

Porque se se sentiram (e admito que o possam) ofendidos com o meu discurso (que, repito, não tem por alvo ninguém em concreto, mas a defesa do respeito por um acto que reputo de Sagrado e que não é uma exigência de forma para a validade da celebração de um contrato de casamento), como se sentiriam se lessem sobre Vós (e essa foi uma acusação com um alvo bem definido e concreto) frase como «utiliza epítetos sobre situações que desconhece da vida de outrém, o que nós nunca fizemos em relação a si, nomeadamente o que conhecemos por terceiras vias »? Se lessem isto de vós, ficavam alegres, sorriam e agradeciam, não!?! Querem comparar isto a dizer que é uma atitude cobarde não se dizer que não aceitam participar numa cerimónia onde se celebra um Mistério em que não acreditam? Ao contrário das Vossas insinuações, este texto de forma nenhuma coloca em causa a Vossa honorabilidade! Aliás, como poderia se o Vosso nome nem sequer é conhecido! Podia ser qualquer homem e qualquer mulher... desde que morasse em Alhos Vedros (coisa que nem sequer é necessária, pois bastava que fossem filhos da terra ou de alguém da terra para tomarem as dores desta Vossa cruzada)! Porém, quando insinuam que sabem de coisas sobre mim, todos sabem (ou podem saber) que estão a falar de João Titta Maurício! Acham que há comparação possível?!?
E, no entanto, jamais esclareceram ou pediram desculpa pelas aleivosias!

Espero que demonstrem que são feitos de outra massa… e que, depois de acalmarem, vejam o que (sem muita injustiça) se pode encontrar nalguns dos Vossos textos!
Provem que estou enganado e que sabem reconhecer as Vossas faltas!

Não que isso me sirva para outra coisa, senão o de poder recuperar algum respeito pelos Homens…
João Titta Maurício

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