Sei que sou homem (é o que consta, apesar dos boatos) e sei que a minha opinião pode ser mal interpretada.
Tanto melhor.
Sou contra as quotas e a paridade na política.
Uma coisa é a proibição ou limitações ao acesso, outra é o empurrão à força e a participação a bem ou a mal.
E não vale alegar com o paralelismo da affirmative action americana em favor dos negros, porque aí tratava-se de forçar o acesso a instituições e espaços antes legalmente vedados a uma minoria étnica. Depois o politicamente correcto deu-lhe uma volta, mas isso é outra conversa.
Mas voltando ao caso nacional: na TV vi de raspão as intervenções sobre o assunto e senti-me algo estranho por concordar com a Teresa Caeiro do CDS (ó rica, está-se a deixar engordar um bocadinho, veja lá...) e a Zita Seabra (brrr) do PSD sobre o assunto, mas diverti-me com a Odete Santos e a sua ironia sobre o assunto, assim como com a cor do cabelo.
Do lado do PS, vou coibir-me de comentar os argumentos da Maria de Belém, pois mesmo na televisão tenho tendência a afastar-me por: a) receio quanto aos efeitos da laca no meu sistema respiratório; b) pavor de que ela se parta se eu respirar com muita força.
Do lado do Bloco, ouvi o Louçã a perorar sobre estatísticas de mulheres no Parlamento.
Fiquei confuso.
Por duas razões:
Primeira: não era ele quem achava que só que é pai poderia falar sobre o aborto ? Então, sobre a paridade não deveriam só falar mulheres ? Eu acho que não, tanto que aqui estou a escrever, mas de acordo com aquela lógica louçanista de só falar de um assunto quem tem a experiência "de ser", ele devia ter dado lugar a uma colega deputada, se possível outra que não a Ana Drago.
Segunda: o Bloco só tem uma proporção de deputadas superior à média porque teve resultados eleitorais que eram inesperados à data da elaboração das listas, pois se tudo tivesse corrido como as previsões apontavam em 5 ou 6 deputados só estaria uma mulher, a ainda jovem Ana Drago. As outras duas colegas de Bloco só lá apareceram porque os votos em Setúbal e no Porto excederam em muito as expectativas.
Mas enfim, a coerência também pode resultar de circunstâncias felizes.
Quanto ao resto, apenas um ou outro detalhe: e se em vez de uma mulher em cada lista depois de cada par de homens fosse ao contrário, uma mulher antes de cada par de homens ? Aí sim era boa vontade mesmo. E mesmo para acabar aquele detalhe que marca sempre o espírito observador do AVP: será que a Maria de Belém foi eleita a seguir ao par António Vitorino/Marques Mendes, mesmo sem serem do mesmo partido ?
É que a paridade, não se medindo aos palmos, deve ter em atenção todas as nuances do problema.
AV1
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1 comentário:
Ahh.....
Explicado.
Preciso de ir comprar mais umas revistas sociais, esta semana só tenho a Flash.
AV1
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