«Nós defendemos o ensino público e para todos generalizado e já com o inglês isso não está a acontecerm nós somos contra esse procedimento em que às tantas quase se transforma os municípios como os promotores do inglês, de uma língua estrangeira, não aceitamos isso em termos de política geral. (...bleblhábleblhá ad naseum...) o que está a contecer é que com este processo têm sido encostados à parede os Agrupamentos, no sentido de pôr em causa alguns programas. Entendemos que é um processo encapotado de transferir para a sociedade civil as responsabilidades do Estado, e então daí nós entendemos não ser promotores.» (coagem, vamos na penúltima coluna, com sorte está quase a acabar o martírio)
Isto é absolutamente inacreditável vindo de alguém que se aposentou alegando que foi professor durante 15 anos ou algo parecido e é autarca há outro tanto tempo ou parecido.
Ora vejamos porquê:
Antes de mais, é natural que JLobo não queira a CMM a promover o inglês - ou qualquer língua estrangeira - pois todos sabemos que nem o português esta gente consegue usar com um mínimo de rigor, usando apenas o dialecto moiteiro bem patente em toda esta entrevista, um linguajar estranho, de frases sem nexo.
Saltar daí para o inglês é claramente arriscado e prematuro.
Mas existem outras questões interessantes, que revlam bem a tacanhez de um pensamento:
a) Como não pode haver inglês para todos não há para ninguém. Melhor demonstração de um nivelamento por baixo e exaltação da mediocridade não pode haver. Se nem todos podem ser remediados, então devem ser todos pobrezinhos. É triste esta mentalidade provinciana e obtusa, só sendo pena que não se aplique a outras matérias. Por exemplo, se eu não posso ter refúgios de férias aqui e acoli, ninguém deveria ter.
b) JLobo é um grande defensor do ensino público, mas a CMM e as restantes autarquias amoitadas são parceiros (únicos a nível local) de um empreendimento privado na área da Educação que concorre com as escolas públicas. Resta saber se alguém tem interesse nisso e porquê. Mas como tudo parece acontecer numa completa opacidade que ninguém questiona, tudo vai ficando bem, enquanto corre bem para os promotores privados aprovados pela CMM.
c) JLobo aparentemente ainda não percebeu que as autarquias locais são Estado. Parece que o shôr Presidente considera que - e não estou a avaliar a justeza da decisão governamental mas a argumentação do líder do popder moiteiro - transferir competências do Estado Central para o Local é transferir responsabilidades para a "sociedade civil". Isto é verdadeiramente pasmoso e delirante. Se o Governo transfere competências e verbas para os Municípios o que é que isso tem que ver c om a "siociedade civil"? Mas afinal não são as autarquias as "promotoras" das actividades? Será que JLobo ainda não percebeu, no ano da graça de 2007, que uma autarquia é um órgão do Estado e não uma colectividade? Eu sei que a CMM é gerida na base da filiação associativa, mas pensava que era uma prática e não uma teorização sobre o sistema político. Mas agora fica-se a saber que JLobo ou não consegue expressar-se em português corrente, fazendo corresponder os significados aos significantes, ou então pura e simplesmente não percebe que ocupa um cargo político e público, e não meramente partidário e particular.
Sem comentários:
Enviar um comentário