Quem pensa que os jogos de influências entre os mundos da política, economia e comunicação social se limitam aos grandes interesses nacionais, revelados agora de forma mais transparente no affaire Marcelo, está muito enganado.
Também a nível micro, se vive assim.
Veja-se o caso das publicações a nível local.
Digno desse nome, temos um jornal – O Rio – que sobrevive a custo.
Qualquer outro tipo de publicação, que não passe pelos órgãos oficiais municipais, nem consegue ver a luz do dia.
Bem, não é bem assim, pois se for coisa sobre bois, aí já há dinheiro à fartazana.
Desde interesses privados ao erário público, agora todos andam por cá com os bois.
Se apresentarmos um projecto, a sério e com gente que não seja dos “aparelhos” e do “sistema”, sobre a história do património do concelho ou sobre as suas actividades tradicionais (económicas, artesanais, etc), não há dinheiro, estamos em crise, os tempos são difíceis, a culpa é go verno.
Agora se aparecer um Vitalino Prudêncio com a ideia se fazer uma história da bosta do boi nas ruas da Moita, com um tipologia das suas formas, cores e texturas (quiçá sabores), aí já os interesses económico-políticos se movem e a coisa se faz.
E ai de quem diga mal dos bois. Se alguém se atreve a escrever ou dizer qualquer coisa contra as boiadas da terra, está a bronca armada. Começam logos as pressõezinhas. Veja-se o que aconteceu com o texto de Lourivaldo Guerreiro n’O Rio ou com as prosas d’As Farpas sobre os hábitos do mentor da Escola de Toureio da Moita.
O que vivemos, por via do professor Marcelo, apenas é a ponta do icebergue de todos os espíritos censores que por aí andam, de lápis azul atrás da orelha, ávidos de exercerem os seus poderzinhos mesquinhos, dos grandes grupos económicos que dominam a comunicação social ao tiranete ou cacique de paróquia.
Nota final: O Contraditório não se quis pronunciar sobre este post, pois está em negociações com a MediaCapital para um lugarzinho mais ao sol do que este humilde blog.
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