sexta-feira, maio 20, 2005

O Puro Disparate

O facto de lá estar assim há muitos anos (cerca de um quatro de século), nunca mudando para melhor, tem-me feito esquecer o enxerto urbanístico que é o largo que circunda, em Alhos Vedros, a Praça (que já foi “nova”) e o depósito da água. Lembrei-me hoje ao ver uma das fotos de hoje o Brocas no seu blog.
Espaço que, pela sua amplidão, poderia ter dado origem a uma intervenção pensada e planeada com um mínimo de bom-senso e sentido de conjunto, mais não passa do que um largo mal aproveitado, com equipamentos urbanos deficientes e um enquadramento perfeitamente atroz.
Situado na confluência de várias ruas, algumas das quais com um traçado que não se percebe verdadeiramente o que estava a pensar quem fez o seu desenho, enquadrado pelas traseiras e quintais das casinhas da Vasco da Gama, da Bela Rosa e dos quintais/pátios da Francisco de Almeida, pela frente de alguns blocos de apartamentos cada um de sua cor e feitio, seu paladar, e pelas ruínas das antigas fabriquetas de cortiça, o toque final – a cereja em cima do bolo – foi a edificação daquele bunker de apartamentos que lhe nasceu a nascente e que, por muito boa gente que lá viva, não consigo nunca encontrar palavras para descrever verdadeiramente na sua incongruência (desde a utópica zonal comercial na cave virada para a Duarte Pacheco à betesga onde se sucedem as garagens).
O Largo da Praça/Mercado (e do depósito da água) é desde há muito um espaço deprimente fora dos momentos de mini-feira (e se calhar mesmo nesses)que para ali está, com um renque de arbustos raquíticos e um ajardinamento de quarta categoria a condizer com uma pavimentação de refugo, tudo completado com aquele puro e simples disparate que é o traçado do próprio largo, que não se percebe onde é rua, onde é largo, onde dá para estacionar, onde não dá, onde se pode andar à vontade, onde a esquina é quase cega...
Enfim, será má língua mas esperamos obter em breve (via Brocas ou nós mesmos) imagens suficientes para mostrar o que não deve ser um largo de mercado digno de si mesmo, de quem vive em seu redor e de quem o frequenta.

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