sexta-feira, maio 27, 2005

Texto de Vitor Cabral

Embora publicado previamente no Jornal da Moita de ontem, decidimos divulgar este texto de Vítor Cabral, porque o autor o enviou para o AVP e porque parece ser o único elemento da equipa do PS local a revelar interesse por defender as cores de Alhos Vedros e não tem medo de o fazer publicamente.
Se alguém de outra força partidária estiver interessado em divulgar aqui as suas ideias sobre a nossa freguesia , o tratamento dispensado será o mesmo.
Por isso, não comecem os do costume já à procura de alinhamentos não explícitos, que a drª Eurídice já aqui levou forte e feio.


Próximo do que é importante

Ao longo dos últimos anos sempre se tem falado de Alhos Vedros como terra rica de património. Mas, a não ser a Igreja Paroquial, onde tem havido um trabalho continuado de recuperação e preservação, o pouco que resta é uma tristeza.

O poço mourisco continua escondido, a capela da Misericórdia esquecida está, o moinho de maré apesar das promessas sucessivas ainda está por classificar como edifício de interesse municipal. Ao lado, o Palácio dos Marqueses de Sampaio está em perigo de derrocada. O Cais do Descarregador e todo o Largo está votado ao abandono. A caldeira permanece em lenta agonia, completamente assoreada por lamas e detritos de esgoto. As promessas demagógicas com que o poder instalado nos acenou com o PROTEJO, foram todas com a maré.

Até uma referência para a terra, o chafariz da Praça da República sofreu uma intervenção desastrosa mandada executar pelo Executivo da Junta, tendo, nesta última intervenção da Câmara acabado por desaparecer o lagedo em pedra que o envolvia. Decididamente estes autarcas da CDU que têm marcado a Freguesia: João de Almeida, João Lobo, Fernanda Gaspar, não têm jeito para cuidar do passado e do património. Nós perguntamos: e do futuro?

Cada vez mais, a vertente de dormitório está a marcar o Concelho e Alhos Vedros em especial. Veja-se os casos da Vila Verde, Vila Rosa e Fonte da Prata. Através do atractivo da habitação mais barata cativam-se casais jovens a vir morar para o concelho. Fazem-se as urbanizações, facilita-se a construção dos prédios, esquece-se ou deixa-se para as calendas a construção do jardim, a plantação das árvores, a instalação do parque infantil, o campo de jogos, os passeios, o espaço necessário e suficiente para se estacionar, etc, etc.

Dizia-me há dias um casal amigo que “apesar de terem raízes no concelho, optaram, nos próximos anos, por viver na grande cidade. Referiam isto com alguma mágoa e completavam “...porque na cidade os meus filhos podem usufruir de uma série de serviços educativos, culturais e desportivos, que aqui na ‘província’ não existe. Esta fraca oferta é agravada com a quase inexistência de transportes urbanos entre as freguesias”.

Não é isto que queremos. Não é isto que ambicionamos.

O concelho em geral e a Freguesia em particular têm potencial para, se aproveitado, oferecer melhor qualidade de vida à população. Há que preservar o património edificado, mas principalmente cuidar, acarinhar e desenvolver o património cultural e humano.

Mais, é fundamental apostar nas tradições, olhando para o futuro. No nosso concelho é indiscutível a importância das tradições relacionadas com o Rio Tejo, o peso da tradição agrícola (caramela) na Barra Cheia / Alhos Vedros e a tradição ligada ao mundo dos toiros. Pois bem, apostemos no turismo, nas actividades ligadas ao rio e na festa taurina.

Também um modo de as acarinhar e manter é levá-las às escolas cativando os mais novos. Tem que ser desenvolvido um elo muito forte entre as escolas, as associações e as autarquias de modo a potenciar o conhecimento adquirido.

O concelho tem espaço para criar infaestruturas para apoio às crianças e jovens de modo a que tenham acesso a mais bens de cultura. Os nossos filhos têm direito a tudo aquilo que as crianças doutros concelhos acedem. Desde tenra idade as nossas crianças têm que ter facilidade de acesso à formação desportiva, ao inglês, à música, à internet gratuita.

No programa do XVII Governo pode ler-se: “...A chave da competitividade da economia portuguesa chama-se inovação. Inovação de processos, inovação de produtos e serviços, inovação tecnológica e inovação na organização e na gestão.” Eu diria que a solução que procuramos “POR UM CONCELHO MELHOR” está aí: inovação na oferta, inovação no pensamento, inovação no conhecimento, inovação na formação e na cultura, inovação na oferta, para um desenvolvimento integral dos nossos filhos.

E só assim estaremos “PRÓXIMOS do que é IMPORTANTE”

Vitor Cabral


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