«Outro desgosto, outra preocupação: a omnipotência do audiovisual iria impor à vida política formas dramaticamente redutoras, combinando-se a brevidade das mensagens com o aumento do traço, de forma a reduzir o raciocínio ao mais sumário e a fazer prevalecer a emoção sobre a inteligência.
Veja-se por exemplo, lamentamo-nos, o predomínio das "pequenas frases" que impedem que os discursos reflectidos e elaborados atinjam os seus destinatários, os cidadãos, e que lhes caricaturam o fundo. No entanto, é preciso não se ter boa memória para se ignorar quantas vezes o passado já conheceu estas simplificações deploráveis.» (Jean-Noël Jeanneney, História da Comunicação Social, 1996, p. 287)
Foi escrito há 10 anos, há não muito tempo e continua actual, continua entre nós.
A simplificação ao serviço da mensagem que apela à emoção e à reacção epidérmica, irracional, instintiva, quantas vezes agressiva e instrumentalizada, impedindo a apreciação das ideias mais complexas, a sua compreensáo e a elaboração de uma contra-argumentação fundamentada.
AV1
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