Hoje é o da Água.
Começa a primaver e começam os dias internacionais destinados a lembrar-nos com o que só alguns coca-bichinhos estão mesmo preocupados.
Este ano chove de acordo "com os valores médios para a época", pelo que todo o alarido do ano passado vai cair em saco roto e jã a crise ficará esquecida.
O problema é exactamente este tipo de reacção epidérmica que oscila com os humores climáticos do momento, sem uma visão que seja sequer a médio prazo.
Aparentemente, aqui pela margem sul e pelo nosso concelho, ou não percebem, ou fingem que não percebem, que a manutenção de um coberto vegetal significativo com características indígenas - e não de relvados floridos que exigem regas intensivas - é essencial para muita coisa, desde a maior retenção da evaporação dos solos até à óbvia função de oxigenação do ambiente, passando por ajudar a fixar os solos e, na zona das linhas de água, absorvê-la quando está em excesso.
Apesar disso, o argumento usado contra a manutenção dos espaços verdes naturais ou a defesa de uma zona ribeirinha não artificial, é que isso é usado de forma política ou para travar loteamentos e urbanizações novas. Muito sinceramente, essa é uma forma pouco séria de enfrentar o assunto.
Para mim, há o que está certo, em função das suas virtudes e vantagens relativamente aos custos, e o que está errado, quando os custos (não imediatamente materiais, mas que o podem vir a ser depois e de forma acrescida) ultrapassam as vantagens ou quando estas não existem ou só servem os interesses de uma minoria.
Deve fazer-se o que está certo, sendo que o resto, a bela da retórica é mero politiquês, língua de trapo. Depois, não vale a pena acusar o Bush por causa de não aderir à Convenção de Quioto, se nós no nosso quintal desperdiçamos e não preservamos o (mesmo que seja pouco) que temos.
Não vale a pena desculparmo-nos com os erros dos outros, porque assim acabamos todos a errar, os que o fazem por ignorância e os que o fazem por mera parvoíce.
AV1
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