Ou então lançando acusações com um fundo muito vago de verdade e 90% de distorção dos factos.
No nosso caso, mesmo quando exprimimos as nossas opiniões de forma mais acutilante e sardónica sobre os comportamentos públicos de pessoas que fizeram todos os possíveis para se tornar notadas, fazemo-lo assentes em factos, dados ou documentos concretos.
Por tudo isto achámos muito interessante esta passagem de um texto escrito por Pacheco Pereira no Público de há mais de um mês e retomado no seu blog dedicado à discussão do 3º volume da biografia de Álvaro Cunhal, como reacção a uma barragem de fogo que lhe foi dirigida. Não estamos aqui a estabelecer mais do que um mero paralelo a partir de uma opinião que acho bem informada.
«Os esgotos da história, de onde vêm estes métodos, foram muito bem descritos por Mário Dionísio numa história exemplar do preço que se pagava por discordar do PCP nos meios claustrofóbicos da oposição. Dionísio relata na sua autobiografia que estava a fazer uma série de conferências quando se apercebeu de "que, enquanto falava, naquele silêncio ávido e colaborante que é o prémio major para qualquer orador, se bichanava na sala a deitar por fora: "Um tipo bestial. É pena como se portou quando esteve preso. Meteu muita gente dentro". Ora Dionísio nunca estivera preso, tratava-se de lançar um boato que o diminuía no seu carácter e integridade de resistente. Dionísio descreve uma das muitas campanhas de calúnias em que o PCP era useiro e vezeiro.
Estes métodos não mudaram (...).»
Ou mudaram pouco, embora a claustrofobia quase se mantenha imuitável em certos meios pequenos, onde a sua utilização é necessária como rito de passagem à idade adulta e entrada em círculos mais elevados de alguns poderes.
AV1
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