segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A Hipocrisia Anti-Anónima

Já andei mais cansado com a conversa da treta dos críticos do anonimato na blogosfera.
Mas é sempre interessante lá voltar.
Não é só um fenómeno local, pois personalidade públicas usam o mesmo tipo de argumentação, com a mesma falta de coerência e decoro.
Tomemos o caso da sempre-fixe Rita Ferro Rodrigues, rapariga de boas famílias e melhores relacionamentos, toda cheia de princípios éticos, mas ao mesmo tempo rebelde, a mistura ideal de pretensão e vazio.
Quando foi o caso afamado da "denúncia" de um pseudo-plágio cometido por Miguel Sousa Tavares no seu livro, onde teria usado extensas passagens de uma obra anterior, RFR apareceu no seu espacinho na revista do Expresso logo em defesa de MST, apontando o dedo à cobardia dos blogueiros anónimos (onde é que eu também já li isto?) que teriam feito a denúncia de forma torpe e coiso e tal. Ora bem, a verdade é que a correspondência entre uns quantos parágrafos do Equador e da(s) obra(s) em causa existe, só que é perfeitamente compreensível porque se trata do relato de factos históricos. A denúncia foi desproporcionada, e mais ficou com a reacção que mereceu por parte do inflamado MST e dos que o secundaram. A reacção certa seria apresentar os factos, explicá-los e tudo se esfumaria.
Ao contrário, a polémica pareceu servir bastante bem a todas as partes envolvidas e não apenas ao denunciante anónimo.
O mais interessante, no caso da Ritinha foi que duas ou três semanas volvidas estava no mesmo espaço a divulgar e elogiar blogues anónimos com conteúdo, para mim medianamente interessante, mas que normalmente será considerado obsceno.
Significa isto que o anonimato serve para escrever sobre **nas e ***alhos mas já não serve para o resto.
Por cá, as coisas não são muito diferentes.
Os blogueiros do regime, que precisam de dar a cara para ser conhecidos e recoompensados pelo seu esforço são anti-anónimos e criticam todos os que denunciam situações incómodas para o poder moiteiro sob anonimato
(já nem canso a explicar que o anonimato não é bem isso).
Nisso são apoiados pelo poder que defendem.
No entanto, alimentaram e albergaram comentadores anónimos que ofenderam e ofendem várias pessoas, umas bem identificadas, outras que suspeitam ser os "anónimos" ou, na falta de pistas, os próprios "anónimos".
O anonimato nestes casos já serve: o múltiplo Vigilante, o(a?) ocasional Afrodite, o mais sério Alhosvedrense, o trauliteiro Eddie Vedder e o seu clone Sun Tzu assim como muitos outros eram considerados credíveis, embora sejam tão anónimos como nós na blogosfera. Alguns apaenas me ofendiam a mim e à minha família - tudo bem, tenho a casca grossa e cheiro o desespero - mas outros ofendiam pessoas concretas, incluindo colegas de trabalho de um dos autores do blogue ou mesmo políticos locais, principalmente socialistas e bloquistas
A diferença não está obviamente na questão do anonimato.
Está apenas na questão da posição (política) dos "anónimos" em causa.

Os defensores do poder moiteiro eram e são "bons" anónimos.
Os críticos são "maus" anónimos.
Apresentar documentos relativos ao Orçamento Municipal e às desanexaçõs da REN previstas no PDM, completamente verídicos, é resultado da acção vergonhosa da "cybercobardia",
Ofender a vida conjugal e familiar de candidatos da oposição é "bom" anonimato.
Pior, houve quem andasse a tentar fazer crer que certos "anónimos" eram determinadas pessoas da oposição apenas para fins políticos, sabendo perfeitamente que o não eram.
Aparentemente isso deve ser "coragem".
Mentir é corajoso.
Escrever a verdade, apresentar documentos oficiais verídicos e analisá-los criticamente é cobardia.
Exacto.
Assim como acham que para se fazer isso é preciso ser pago.
De certa forma entendo.
Como há quem seja pago pelo poder moiteiro para andara controlar os blogues, a comentar anonimamente criticando os anónimos, acham que todos os outros se regem pela mesma bitola medíocre.
Mas o que isto revela é toda uma imensa hipocrisia, de duplo padrão ético e moral, onde o bem e o mal se definem pelas posições relativas quanto ao poder moiteiro e não pelo seu valor intrínseco.
É que há quem seja mais anónimo do que os outros.

9 comentários:

Anónimo disse...

ANÓNIMOS P'RÓ TARRAFAL !!!

Anónimo disse...

Assim com'assim, os tarrafalistas lutavam também como anónimos, embora lutassem pela verdade, pela razão e pela liberdade.
Eram clandestinos, e quem os atacava como tal eram os defensores do 'status quo' do regime de Salazar.
E como clandestinos, eram respeitados por pessoas de bem.
Operários.
Professores.
Estudantes.
Camponeses.
Militares.
Empregados.
Comerciantes.
Etc.
Etc.
... com um traço comum:
antes de darem um tiro no mensageiro (que não davam nunca), cuidavam de ler e ouvir e compreender a mensagem trazida pelo mensageiro.
E, sendo a mensagem credível...
....
Vai um exemplo:
Eu, pessoa com nome desde que fui registado há algumas décadas mas que agora expressa e voluntariamente não revelo o meu nome, afirmo solenemente e por minha honra que:
"a terra portuguesa não deve servir de enriquecimento brutal e repentino de uns, à custa do pagamento que todos os outros portugueses terão de efectuar pelo seu preço loucamente especulativo ao longo de toda a sua vida.
Sendo que esse preço, decorrente de uma assinatura de um burocrata numa folha de papel A4, tantas vezes sendo esse burocrata uma toupeira encomendada, premeia numa carta topográfica uns cms para a direita, e descura uns cms para a esquerda.
Mais grave.
Sendo que às vezeso traço na carta é encomendado à maneira “ora desenhe mais aqui, muito obrigado, obrigadinho…”
Sendo que os diamantes da Serra Leoa, ou o petróleo da Nigéria, por exemplo, são riquezas da natureza desses países que são pagas por gente com dinheiro de países longínquos, mas a terra hiper-valorizada de forma especulativa em Portugal é uma riqueza de Portugal e dos Portugueses depois paga a peso de oiro por outros Portugueses, que se endividam esta vida e a próxima para pagarem com língua de palmo a especulação do esperto que levou o burocrata a assinar a tal folha A4.
Mais ainda.
Verifica-se que em qualquer país civilizado (USA, Canadá, Grã Bretanha, países da Escandinávia, etc) a valorização da terra por decisão administrativa, em processos de alargamento urbanístico, por exemplo, não reverte para a locupletação meteórica e inopinada de uns, mas sim para os cofres do Estado, e por via deste para o interesse colectivo de toda a população.
É a perequação não para os vizinhos contíguos, injusta por iníqua, mas sim a perequação para o Povo todo inteiro.
Só em países terceiro-mundistas ou de regabofe completo, onde a promiscuidade ente actos administrativos e interesses privados, caldeados com muito amanhanço pessoal, é que se verifica que 1 assinatura a mais dá milhões de contos a 1 pessoa, e outra assinatura a menos dá 5 tostões ao vizinho do lado e a todas as pessoas em redor. Já disse, os 5 milhões não são depois pagos por ‘aliens’, são desembolsados ao longo da vida pelos pobres que tendo direito constitucional à Habitação, são obrigados para acederem a direito constitucional à Habitação a terem de pagar 4 vezes ou mais o seu custo normal e verdadeiro.
Quatro vezes, disse bem 4 vezes o seu custo, sim: pois 1 m2 de um fogo vendido no mercado em Portugal nos dias de hoje a 2 mil Euros/m2 tem de custos base cerca de 500 a 600 Euros/m2 (Arquitectos, Engenheiros, Construtores Civis, Pedreiros, Estucadores, Carpinteiros, electricistas, canalizadores, sanitários, cozinhas, etc etc tudo à maneira e de qualidade, e já com materiais, trabalho, investimento pagos justamente).
E para onde vão os restantes 1.500 a 1.400 Euros/m2 do custo final pago pelo pato do Português que se endivida a vida inteira para pagar os tais 2.000 Euros/m2?
Vão direitinhos para o Esperto que obteve o Alvará mediante a assinatura da toupeira no papelinho A4.
Por isso, eu anónimo agora por opção, mas todos os dias Cidadão de cara destapada, digo:
este sistema é uma vergonha e é um crime anticonstitucional, face aos preceitos nomeadamente da igualdade entre os Portugueses e ao direito à habitação consagrados na Constituição.
E acrescento: quem pactua e faz a cama a estes esquemas merece a desonra social e o escárnio de todas as pessoas de bem.
E se for Autarca, funcionário do Aparelho de Estado regional ou Central, ou seja quem for, merece de igual modo a desonra social e o escárnio de todas as pessoas de bem.

E pergunto:
Por ser anónima, esta minha afirmação merece o apoio (total ou parcial, ambos são mais que legítimos e muito desejáveis) de quem me lê?
Ou por ser anónimo, o que digo já não presta?

E acrescento:
O prof. Pedro Bingre do Amaral, Winston Churchill e Milton Friedman não são anónimos, e defendem ou defenderam no fundamental o que acima exponho.

Convido quem ler este texto a debatê-lo nesta Caixa de Comentários até à exaustão.

Quem começa?

Anónimo disse...

Com a agravante:
Ao pagarem 4x+, os Portugueses com menos posses compram 2 coisas:
1 casa
1 bilhete para a falência da sua família a breve treco, e logo, perderão a casa.
Sim:
que quem poderia pagar 1 vez, dificilmente aguenta o barco a pagar 4 x+
É ver-se os Leilões de casas feitos pelos bancois aos Lotes de centenas.
...
Quem quer comentar?
Para onde vão 3 de cada 4 Euros pagos pela Habitação dos Portugueses?
E desses 3 Euros, quantos ficam com o Esperto da valorização da terra em espiral louca, e quantos vão para as toupeiras?
E o que fazem os Autarcas, as CCDR's e os Governos e os Partidos Políticos?
...
Desafio, aguardo e agradeço tomadas de posição.
...
Quem se inscreve?

Anónimo disse...

E é preciso?

Acho que você sózinho chega para desmontar a trama!

Anónimo disse...

Passaram 3 HH e meia, e salvo um comentário de apoio, ninguém mais disse nada.
Pergunto:
Não leram o que escrevi?
Ainda poderão dar uma olhadela silvóplé?
Caso tenham lido, concordam em silêncio? Fazem mal, devem expressar-se.
Caso tenham lido, não concordam mas ficam calados? Fazem mal, devem contestar-me.
Caso tenham lido, consideram que o assunto não tem estatuto? Fazem mal, pois
• a terra é uma das grandes riquezas do país, e tanto pode ser o factor de enriquecimento especulativo de poucos milhares à custa dos enormes sacrifícios de uma vida de milhões, muitos deles fadados à falência financeira sua e de suas famílias POR CAUSA de pagarem os valores especulativos aos primeiros, mais os subornos às toupeiras,
• como pode a terra de Portugal e dos Portugueses ser um bem de todos usado com moderação, equidade e decência para o bem de todos.

Será isto demasiado revolucionário?
Pergunte-se a Winston Churchill e Milton Friedman, pergunte-se aos Governos ou a pessoas informadas de numerosos países desenvolvidos, e compare-se a resposta com o regabofe português.
...
Vai um comentário, Freguês?
Quem se inscreve…

Anónimo disse...

Estou triste e zangado pelo barulho ensurdecedor de tanto silêncio.
...
Quem tiver um nanograma de massa encefálica, que desembuche, homem!
Para dizer que sim.
Para dixzer que não.
Para dizer que talvez.
Até pode somente largar um arroto.
Aceita-se tudo.
Menos o ficarem calados.
Que neste caso, não serão os melhores.
Simplesmente, nada dirão.
E com o andar da coisa, nada dizer, é dar embalagem à carruagem.
É dizer "OK" ao 'status quo'.
...
Fico à espera.

Anónimo disse...

Mais 3 horas, e moita carrasco.
...
Creio bem que tenho de virar escriba com nome escarrapachado todo direitinho e com ideias fúteis, porventura 'yesman' de ideias ocas, para poder ter sucesso e audiências.
...
Ai, ai

Anónimo disse...

não desanimar, hein...
Não desanimar.

Anónimo disse...

Não desanimar nunca, claro.
Quando escrevi..."que tenho de virar escriba com nome escarrapachado todo direitinho e com ideias fúteis, porventura 'yesman' de ideias ocas...", é evidente que apenas estavam disparando com arco e flecha contra MiA's & PoW's na oita.
http://alhosvedrosaopoder.blogspot.com/2007/02/mias-e-pows.html
Porque, desistir, nunca!