«Dinheiro? Não só: um emprego aqui, uma promoção acolá; uma licença de construção aqui, uma passagem no exame acolá. Sim, até o objecto da corrupção pode servir de moeda de troca mais à frente. Alonzo explicou: «Se A, funcionário público, quiser corromper B, pode prometer a B a desejada obtenção da licença de construção, a troco de um favor que consiste em arranjar junto de C um emprego para a sua filha; C, por sua vez, conseguirá a alteração do PDM que tanto ambiciona, se pagar uma elevada quantia a A.» Tentando brilhar, perguntei a Alonzo se uma vantagem também podia consistir na promessa da eliminação de um mal. Ele respondeu-me que não, que isso era mais do foro da chantagem - mas ficou pensativo».
(Paulo Morgado, Crimes de Colarinho Branco, 2007, pp. 108-109)
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