domingo, julho 08, 2007

O mito das "Novas Centralidades"

Conhecemos o discurso do poder moiteiro sobre a transformação da Moita num centro atractivo no contexto da Área Metropolitana de Lisboa, da Região de Lisboa e Vale do Tejo e do chamado arco ribeirinho.
Há muito que aqui se escreve que isso não passa de treta propagandística.
A Moita é um "centro" mais do que secundário num contexto de aceleração da suburbanização da Margem Sul, sem especiais vantagens competitivas que não sejam o preço baixo das habitações, estratégia essa que não favorece nenhum especial desenvolvimento que não seja o acréscimo demográfico e a manutenção de uma população socio-economicamente desfavorecida e repele mesmo o investimento produtivo

A coisa é tão óbvia que aqui a não vou repetir, apenas chamano em defesa das minhas posições, o que se escreve e demonstra na obra do actual coordenador da CCDRLVT, antigo colaborador da equipa que produziu o 1º PDM moiteiro e que chegou a estar ligado ao início do actual, aquele que se diz que vai voltar a ser em parte discutido amanhã.

Fiquemo-nos pois por duas representações cartográficas bem demonstrativas do que sempre afirmámos: a Moita é um concelho satélite de uma sub-região, que ela própria é um satélite da capital.
Antes de mais veja-se o esquema do modelo territorial definido pelo PROT-AML (p. 353 da obra Gestão Estratégica de Cidades e Regiões), em que a Moita surge como "pólo de serviços de apoio à colectividade de nível local" ou seja, o tipo de pólo menos significativo de todos, não sendo nem de nível sub-regional, nem industrial, nem de investigação, nem de equipamentos.
Nada.
Pólo de serviços de nível local e está despachado.
Supermercados. Terciário. Nada mais.

Quanto ao aspecto das dinâmicas territoriais (p. 346), basta reparar que a Moita é uma das duas zonas consideradas como espaços problema na Margem Sul e em nenhum momnento como um dos espaços motores ou algo parecido.
O concelho da Moita, ao contrário do que o poder moiteiro quer fazer crer - assentando nisso a mensagem demagógica que associou a este projecto de PDM - encontra-se numa 3ª linha dos espaços que integram a Área Metropolitana de Lisboa, sendo nela um problema e nunca uma solução ou uma área dinâmica.

Note-se que isto é escrito e assim apresentado por alguém que, como se escreveu, está ligado ao anterior PDM da Moita e esteve ligado à equipa que o fez a esse e à proposta de revisão actualmente ainda aí por cima da mesa.
Não sou eu, um qualquer anónimo maldizente, que demonstra que a Moita está numa situação problemática, em perda de contacto com as zonas mais dinâmicas que a envolvem e vão progredindo na Margem Sul e na Península de Setúbal, zona já de si bastante deprimida e mal-tratada pelo desenvolvimento nas últimas décadas.

Quando amanhã se for discutir não sei bem, o quê em torno do PDM, seria interesante que por uma vez o poder moiteiro não disfarçasse a realidade com má demagogia e que a Oposição atacasse, com o devido conhecimento de causa, um modelo de desenvolvimento preconizado por este PDM que apenas acentuará mais e mais o atraso do concelho e o seu completo afundamento em relação aos próprios concelhos limítrofes.

2 comentários:

Anónimo disse...

Assim é que que se escreve ó Av.

Sr_Martelo disse...

ou não...

não vou esclarecer e argumentar kem se recusa a ouvir e perceber.