segunda-feira, maio 09, 2005

O Fisco é nosso Amigo (?)

Duas horas perdidas esta manhã a enviar a declaração de IRS pela net.
Embora seja naturalmente desconfiado com estas "modernices" das declarações electrónicas (acho sempre que estes sistemas nem sempre foram feitos pelos melhores mas pelos que pediram menos, ou estavam à mão, ou são amigos de amigos), converti-me no dia em que me apareceu em casa uma ordem de pagamento de 500 contitos que se veio a saber ter sido causada por um erro de digitação de um prestimoso funcionário da DGCI, que inseriu erradamente os meus dados no sistema informático.
A coisa resolveu-se então, mas à custa de muita chatice, tempo perdido e, a certo ponto, ameaças de queixas hieráquicas de determinados "simpáticos" que preferem jogas copas no computador do que dar despacho à correspondência. A partir de então, e de largos meses de discussão com a "máquina fiscal" que me granjeou uma simpática inspecção aos rendimentos do ano em que troquei de casa (e devo ter sido uns dos 23 portugueses a declarar as mais-valias de forma rigorosa), decidi que, a cometer erros, que seja eu mesmo.
Por isso, hoje comecei por cometer 24, de acordo com a primeira validação. Felizmente que mais de metade eram causados por eu não ter preenchido com zeros uma série de campos que nunca tinha visto na minha vida e quase outros tantos, porque não tinha colocado pontinhos a separar os algarismos dos milhares.
Enfim...
Meia hora depois, lá a coisa parece ter ficado sem erros.
Vamos a ver no que dá.
Nem sempre é coisa boa, mas é nestas alturas que acho sempre mais mirabolante aquela malta que propõe a taxa única de IRS, tipo 15%-20% para toda a gente.
Dizem que assim é mais justo, porque é igual para todos e mais isto e aquilo.
O problema é que, com esse sistema, só beneficia quem ganha mais e tem taxas superiores (aos tais 15, 18 ou 20% da taxa única), enquanto perdem os que menos ganham e ficam normalmente nos escalões mais baixos. Eu até teria a ganhar mas, sinceramente, isso não me parece argumento válido.
Já sei que me dirão que quem sabe e ganha mais, arranja sempre maneira de fugir com o rabo à seringa tributária.
Será verdade, mas também seria ridículo concebermos um sistema fiscal baseado na crença da impossibilidade de combater a evasão e fraude fiscais.

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