No esforço contínuo deste blog por alargar os horizontes teóricos da ciência social e da análise económica, atingimos hoje um novo patamar conceptual com a apresentação de um indicador fundamental para o conhecimento daquilo a que se poderá chamar o Índice de Pinderiquice de um país.
Como qualquer índice que se preze tem uma base quantitativa e resulta da combinação de dois parâmetros independentes mas interligados, um que mede o nível de pinderiquice do Estado e o outro a pinderiquice média da população.
Passemos a explicar.
Já todos nós observámos como as placas de sinalização dos destinos rodoviários principalmente nas vias rápidas e auto-estradas, quando colocadas ao lado das ditas vias, tendem a desaparecer - no sentido ascendente, sendo surripiadas primeiro as tiras metálicas mais próximas do solo - pouco tempo depois de colocadas.
Ora bem, como poderá isso contribuir para criarmos um índice de pinderiquice ?
Facilmente, respondemos nós todos ufanos.
Primeiro mede-se o nível de pinderiquice do Estado, medindo a distância do solo a que fica colocada a sinalização. Quanto menor a distância, maior o nível de pinderiquice do Estado, mais preocupado em poupar no material do que na sua mais efectiva colocação.
Em seguida mede-se o nível de pinderiquice da população, medindo o tempo que demora a desaparecer a tira metálica mais próxima do solo. Pode fazer-se o cálculo em horas ou em dias. Quanto menor o número de unidades de tempo transcorridas, maior o nível de pinderiquice da população, que retira as tiras para seu usufruto.
Segue-se a multiplicação dos dois níveis para obter o nível de pinderiquice global do país.
Exemplifiquemos:
Onde os sinais são colocados a 2 metros do solo a pinderiquice do Estado é maior do que onde os sinais são colocados a 3 ou 4 metros do solo.
Onde a primeira tira demora 15 horas a desaparecer a pinderiquice da população é maior do que onde demora 72 ou 240 a acontecer o mesmo.
Num país onde as placas são colocadas a 2 metros do solo e demoram 12 horas a desaparecer a primeira tira, temos um índice geral de pinderiquice de 24 (pinderiquice elevada), enquanto onde as placas são colocadas 3,5 metros e demoram 60 horas a acontecer o mesmo temos um índice de 210 (pinderiquice média-alta) ou onde são colocadas a 5 metros de altura e demoram 150 horas, o índice é de 750 (pinderiquice média-baixa).
O índice de pinderiquice aumenta, deste modo, quanto mais nos aproximamos do zero (quando a sinalização nem chega a ser colocada e é roubada pelos próprios funcionários que o deveriam fazer ou é deixada a nível do solo para não dificultar a vida aos cidadãos, o que corresponde a uma multiplicação de 0x0=0), o qual corresponderá, em termos teóricos, à extrema pinderiquice, enquanto tende para o infinito nos países onde a pinderiquice existe em muito pequena escala (a sinalização fica incólume ao longo do tempo, sendo retirada quando necessário em perfeito estado, tornando impossível determinar um valor exacto para o índice).
Julgamos ter, com esta demonstração clara, concisa e, convenhamos, luminosa, ter contribuído decisivamente para o avanço da ciência social e para um melhor conhecimento do comportamento das populações.
Está em desenvolvimento, a teoria restrita do nível de pinderiquice, adaptada a unidades territoriais abaixo do Estado-Nação, como sejam os concelhos, embora aqui existam alguns aspectos diferentes a ponderar que não a altura da sinalização em relação ao solo e o tempo que leva a desaparecer.
No caso da unidade concelhia, prevê-se ainda a criação de um índice de civismo (ou da falta dele), baseado no tempo em que a sinalização demora a ser vandalizada pela "malta", e não apenas surripiada.
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