quarta-feira, julho 20, 2005


Num país civilizado em que os políticos pudessem dizer, mais ou menos, o que pensam e em que os partidos e governos não fossem obrigados a falar de forma monolítica, a entrevista de Freitas do Amaral ao DN seria uma excelente entrevista, de um político maduro, conservador ainda, mas capaz de alguma adaptação ideológica.
Por cá, vai servir apenas para vislumbrar brechas na condução política da governação, para detectar vaidades e ambições pessoais ou para ajustar contas antigas.
Dito isto, sou obrigado a confessar que FA seria uma má opção nas Presidenciais contra Cavaco, em especial porque na 1ª volta a esquerda se dividiria (o BE e o PC nem em sonhos deixariam de ter candidato próprio, pois o cenário de um candidato centrista do PS lhes deixaria muito espaço livre). Restaria saber se, num movimento à maneira de Mário Soares, caso chegasse a existir 2ª volta (duvidoso, muito duvidoso...), Freitas se viesse a apresentar como a única hipótese unificadora da esquerda contra o papão Cavaco, símbolo da perigosa Direita. Só que em 1986, o papão era Freitas e nos tempos que correm Cavaco é de um espaço político bem mais à esquerda do Freitas então era.
Mas lá que a entrevista é boa é.
Bem longe daqueles aspirantes a políticos, muito convencidos de si mesmo, ou daqueles mestres de esgrima, bem mais interessados na táctica e nos efeitos de estilo do que na verdade.

AV1

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