O aparelhista local M. Madeira fez por aí umas acusações de iliteracia a um adversário político.
De certa forma, ele tem razão.
Dizem todos os estudos que nos últimos 200 anos fomos ficando não só estatisticamente mais analfabetos como efectivamente mais iletrados em relação ao resto da Europa desenvolvida. Até em relação à Espanha e Itália, tradicionais companhias nesta coisa do atraso educativo, fomos perdendo posições.
Aliás, se assim não fosse, se não fossemos todos uma cambada de iletrados, como seria possível termos um município de quase 70000 pessoas com o seu PDM a ser discutido nas actuais condições, ou candidato(a)s a Presidentes da Câmara que não conseguem distinguir um "há" de um "à" (não leve a mal, camarada Eurídice, mas já lá vão duas destas e a senhora é doutora) ou um Vice-Presidente da Câmara que acha que o património histórico de uma vila multissecular não passa de um conjunto de paredes que mal se aguentam.
Enfim, se não fossemos todos tão iletrados, que espaço teria o camarada Madeira para escrever numa imprensa que se não resumisse a ser correia de transmissão dos recados que lhe são mandados, sem qualquer análise crítica, com medo que se lhes corte a publicidade.
Pois é, se não fossemos todos tão iletrados, ninguém esperaria que pudessemos ser manipulados com toda a propaganda que nos tem invadido nestes últimos meses do lado da Situação, nem com o populismo fácil do lado da Oposição.
Se não fossemos tão iletrados até pensaríamos que uma autarquia tem o dever de apoiar as actividades culturais do seu concelho, sem que esteja só à espera de manter os beneficiários amordaçados devido aos favores recebidos.
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