sábado, março 04, 2006

E num país de opereta...

... também existem as divas, que se desdobram em trinados de belo canto.
Uma dessas divas, sempre disponível para tudo o que dê notoriedade, é Clara Ferreira Alves, colunista residente do Expresso de cabeleira cuidadosamente desgrenhada e tingida.
A rapariga é daquelas que exisbe um cosmopolitismo e um nível cultural capaz de fazer empalidecer qualquer um.
A sua pluma é caprichosa e, para os distraídos, certeira.
Esta semana investe contra o Audi que Santana Lopes comprou enquanto Presidente da CML, relembrando a "leviandade" de SL e a compra do veículo como um exemplo de "desrespeito pelo povo português de que Santana Lopes tanto dizia gostar" (citações directas da p. 112 da Única de hoje).
O que a menina Clara se esquece é que, há não muitos anos, foi do mesmo leviano que aceitou o convite para dirigir a Casa Faernando Pessoa onde desenvolveu obra nula, excluindo a presença regularíssima em tudo o que fosse cerimónia com beberete e individualidades, tudo às custas do mesmo erário que pagou o Audi.
Lembro-me mesmo de uma patética crónica em que lamentava não ter, por motivo menor, podido comparecer a uma recepção e jantar oferecidos ao gaulês Villepin, que ela achava muito charmoso. Ou de uma outra em que elogiava Santana Lopes por nunca ter interferido no seu trabalho e lhe passar os pedidos de favores sem qualquer indicação.
Claro que, entretanto, tudo se lhe varreu da memória e o benfeitor isento de então, agora é um leviano desrespeitador do povo.
Eu cá por mim - se ainda a não tem, o que duvido - dava-lhe uma comenda.
Ao lado de Berardo com a sua bóina, a sua lourice postiça fica mesmo a condizer.

AV1

1 comentário:

vtm disse...

AV1
Ela justificava-se no Público de 11/1/2006 pelos maus resultados na CFP :“ ninguém aguenta dirigir este equipamento nas condições em que eu dirigi..é preciso um orçamento. Coisa que eu não tive, ao contrário do que me foi prometido.”
Esta justificação para além de estúpida é contraproducente para quem aceita um lugar de directora.
Já uma vez afirmei no Barreiro Velho “empresas geridas com o lápis atrás da orelha.”
Sei que o AV1 tem outra interpretação. Eu não vejo da mesma maneira . Todo o dinheiro público é gerido com o lápis atrás da orelha e os desvios orçamentais são anotados no papel pardo pregado atrás do barril!
vtm
barreiro velho