Questões muito concretas

Eu tenho áreas e temas sobre os quais tenho um conhecimento mais aprofundado do que outras. Em matéria local, existem temas que me motivam mais e outros sobre os quais gostava de saber mais e, nesse particular, saber se quem é responsável pela sua gestão realmente domina os assuntos ou se "navega à vista".
Por isso, deixo aqui uma meia dúzia de questões, extremamente concisas e concretas, sobre aspectos da vida local.

1) Existe uma política ambiental integrada para o concelho, que não passe pela mera recolha e depósito dos lixos, mas que promova uma utilização equilibrada dos solos e a preservação das zonas de vegetação natural, ribeirinha e não só ? Em caso afirmativo, em que acções se traduz essa política.

2) Que modelo de desenvolvimento se preconiza quando a prioridade no projecto de revisão do PDM é o da consolidação das zonas localizadas entre os núcleos urbanos existentes (através da ocupação do solo disponível, para gerar receita para o Município), em vez de se apostar na requalificação das zonas antigas desses centros urbanos que estão em notória degradação ?

3) Que garantias existem de que o grande projecto de investimento para o concelho anunciado para este mandato (Parque Temático no Pinhal do Forno) é algo com capacidade para se concretizar quando as únicas garantias de que ele existe e é real passam por declarações dos enlovidos no protocolo assinado entre a CMM e a empresa Badoca, não aparecendo esse mesmo investimento de 75 milhões de euros referenciado por mais ninguém, sempre que se fala em empreendimentos dessa ordem de grandeza ?

4) Que empenho existe na criação de uma Carta Educativa que possa funcionar como instrumento pró-activo de melhoria dos indicadores do desempenho escolar dos alunos do concelho, sempre inferiores à média nacional (ela própria muito fraca), quando são confrontados com mecanismos de aferição ?

5) Em que estudos se baseia a aparente crença de que o concelho tem capacidade para atrair o acréscimo populacional que implica a massa de área habitacional para construção prevista para os próximos anos ? E que garantias podem ser apresentadas de que as necessárias infraestruturas indispensáveis à qualidade de vida das populações existirão num prazo razoável ?

6) Com que tipo de justificação tem o poder autárquico desenvolvido uma política de promoção do concelho (e de consequentes apoios a actividades) que reduz a sua identidade às questões taurinas, muito próprias de certos ambientes moiteiros, mas que dificilmente colam à realidade de grande parte das localidades do próprio concelho e da população ?

Estas são questões bem claras, que evitam formulações vagas ou longas considerações, envolvendo temas que são essenciais e estruturantes para uma visão de desenvolvimento do concelho a médio prazo.
Infelizmente quase nunca assomam na discussão política realizada nos locais próprios, entre os eleitos, seja nas reuniões de vereação, na Assembleia Municipal ou mesmo em Assembleias de Freguesia, onde o poder da maioria se confunde com o desrespeito pela opinião das minorias e onde algumas oposições parecem ter vergonha de o ser ou se parecem manter em período de aprendizagem.
Não é que eu espere aqui grandes respostas, mas é para que fique registado que existem perguntas passíveis de ser feitas e que raramente o são.

AV1