segunda-feira, março 06, 2006

Regresso à Luta !



Depois de um fim de semana em Espanha, mais exactamente em Mérida, antiga capital da Lusitânia, deu para perceber bem o desenvolvimento que se pode atingir pela aposta no turismo cultural e histórico, exactamente o oposto do que acontece aqui em Portugal e mais particularmente aqui em Alhos Vedros, onde tudo o que é património tem os dias contados por conta da "modernidade", imposta pelo governo moiteiro.
Toda a economia de Mérida, roda em torno da sua herança histórica, especialmente a sua parte Romana que é Monumental, mas também a Visigótica e a Muçulmana, embora esta última seja menosprezada pelos poderes locais. Facto que me surpreendeu ao princípio, mas depois me foi mais fácil de compreender, devido à extrema religiosidade Católica que continua a ter uma grande influência na Extremadura espanhola e que no fundo é um dos alicerces da ainda unidade de Espanha como País, isso em conjunto com a monarquia.
As minhas primeiras impressões sobre o modo de viver Extremenho, são de um povo educado e mediano em todos os aspectos, sem se notarem curiosamente "extremos" nas suas atitudes e muito idênticos a nível de aparência e de vestuário, parecem ter saído todos duma forma standartizada e normalizada do espanhol políticamente correcto, nem muito à esquerda nem muito à direita, todos acomodados a uma ficção que Franco inventou e que perdura até hoje, que é a ideia da grande Espanha.
Mas, numa pequena ronda de conversas em Tabernas e Bares, como sou bom conversador procurei saber o que acham os Extremenhos sobre a situação actual em Espanha, que como todos deveriam saber, está em vias de transformações políticas internas que poderão acabar com a Espanha como a temos conhecido até hoje, como se pode já começar a fazer notar com a votação do Estatuto Catalão que tenta que a Catalunha tenha o estatuto de Nação e a que já a Galiza se associou, requerendo também esse estatuto.
Sobre o País Basco, com os seus movimentos independentistas, legais e ilegais e uma ala armada, a ETA, esse estatuto de Nação além de estar completamente arreigado nos Bascos, será concerteza mais amplo do em outras nações de Espanha e duvido que se limite a pertencer a uma futura federação de nações espanholas e queira sim uma independência total sem vinculação de espécie alguma com o Reino de Espanha.
O próprio sistema monárquico está neste momento posto em causa e recordo que esse sistema foi negociado por Franco com o actual Rei de Espanha, Juan Carlos, como garante da unidade de Espanha como Nação.
A posição de portugal como Nação independente e unificada, política e linguísticamente neste contexto Ibérico terá por isso de ser fundamental na segurança de todas estas profundas mudanças que estão a acontecer em Espanha.
A aparente calma que os Extremenhos parecem encarar todos estes factores tem muito a ver com a distância que experimentam em relação à Catalunha, à Galiza e ao País Basco tanto a nível linguístico como cultural.
A sua apetência para falar com os Portugueses e não se coibir em dizer, Viva Portugal !
menosprezando no entanto a grave situação em que está colocado o seu País, tem também muito a ver com os regionalismos e com as os dialectos que se falam na Andaluzia e na Extremadura, considerados tipos de Castelhano "muito deficientes" pelo escriba Catalão, Arcadi Espada.
Noutra conversa que tive na Galiza, um Galego disse-me que na Galiza pura e simplesmente não entendem os Andaluzes e pôem legendas sempre que passa algo na sua TV, nesse dialecto, disse-me esse Galego para não falarmos com ele em Castelhano, porque compreendia muito melhor se falassemos em Português...
Este texto é um preâmbulo, já longo, sobre o Dossiê que estou a preparar sobre as Nações de Espanha e que pretendo começar com a Catalunha, que irei publicando aqui no AVP, porque acho que estamos no começo dum processo histórico importantissimo para Portugal as Nações Espanholas e a Europa.

AV2

1 comentário:

Anónimo disse...

Para tu desgracia, cerdo portugues, España es una única nación.

Ah, y por cierto, aprended a hablad sin cosas metidas en la nariz.