Já toda a gente sabe que sou intolerante em relação à forma como os argumentos das pessoas e a sua conduta variam conforme as conveniências e interesses de cada momento que passa.
Por isso é que acho particularmente patético que um opinador local, pessoa que se afirma séria e gosta de se dar ao respeito, depois faça aqui uma coisa, escreva outra ali e teorize outra acolá.
Eu explico-me:
1) Há quem, por estas bandas, me critique por, de forma alegadamente anónima (pronto, dou essa de barato), ter um blog onde critico e "digo mal" das pessoas. Isso é mau, muito mau, para além de que eu não devia publicar documentação que fundamenta aquilo que escrevo, pois não recorri ás vias regulamentares (como saberá ele isso), para a obter.
2) Só que, em outras bandas, esse mesmo opinador é colaborador residente num blog cheio de anónimos e isso não o incomoda. Diz um seu companheiro que é porque esses outros não "dizem mal" de ninguém. Pois... se entendermos por dizer mal apenas dizer mal dos amigos, estamos entendidos, pois por lá diz-se mal sem grande rebuço do tal "Poder Central" e dos seus agentes. O "dizer mal", portanto, é muito relativo.
3) Só que ainda há uma terceira forma de ver a realidade, que é ir comentar num outro blog (no caso o
A-Sul), acusando o seu autor de ser mentiroso, por ser anónimo e dizer mal de auitarcas CDu, não apresnetando provas do que afirma. As tais provas que, aqui no AVP, não se devem considerar pois a sua publicação é "ilegal" e coiso e tal.
Este relativismo contorcionista é coerente com uma verdade que valha três vinténs, mas não é uma forma séria de agir, consideremos a coisa no plano político ou pessoal.É argumentar contra quem incomoda, bem ou mal, conforme o argumentário que dá mais jeito.
Aqui os nicks são maus, mas ali já não são porque não "dizem mal" de pessoas, só dos "outros", dos maus do Poder Central e dos FMI's e dos capitalistas. Ou seja, tudo depende.
Ali os textos são mentirosos porque não apresentam provas e documentos; aqui apresentam-se documentos, de veracidade incontestável, mas então é a sua divulgação que está mal.
No que é que ficamos ?
É que mesmo na ortodoxia mais extrema, as palavras ainda têm o seu valor e quando referentes a actos, valores e atitudes, devem ter um significado vagamente uniforme.A menos que a inoculação de
moitice em certos espíritos dê nisto, o mais absoluto ziguezaguear lógico e a mais absoluta incoerência em nome da defesa dos "camaradas" sejam eles quais forem ou a sua prática corrente.
E a teoria de que todos somos inocentes até prova em tribunal do contrário é válida, sim senhor(a), mas então apliquem-na também aos Isaltinos, Valentins e Fátimas deste mundo, assim como aos
bichos papões com que tanto nos acenam todos os dias.
Ou só os outros Cavacos é que não têm direito ao benefício da dúvida ?
AV1