Entretanto também li, alguns com a mesma origem, Bertrand Russell (ABC da Relatividade), Noam Chomsky (O Arquipélago de Sangue), Jacques Monod (O Acaso e a Necessidade), não falando no Júlio Verne e no Emílio Salgari, e a coisa começou a baralhar-se.
Mas voltando ao que interessa, JKG foi um dos grandes vultos intelectuais da segunda metade do século XX e sempre aliou os conhecimentos aprofundados, a uma exposição rigorosa, mas nem por isso menos humorada em muitas passagens.
O penúltimo livro que dele comprei, já há mais de uma década foi este, de onde vou extrair um conjunto de passagens retiradas das páginas 19 a 22 em que espero não me alongar muito, sobre as várias formas do poder alcançar a submissão dos indivíduos ou grupos sociais:
«Alguns usos do poder dependem de estar oculta, de não ser evidente a submissão dos que a ele capitulam. (...)
O poder condigno obtém submissão pela capacidade de impor às preferências do indivíduo ou do grupo uma alternativa suficientemente desagradável ou dolorosa para o levar a abandonar essas preferências.
(...)
O poder compensatório, em contraste, conquista submissão oferecendo uma recompensa positiva - proporcionando algo de valor ao indivíduo que assim se submete.
(...)
O poder condicionado, por sua vez, é exercido mediante a mudança de uma convicção, de uma crença. A persuasão, a educação ou o compromisso social com o que parece natural, apropriado ou correcto leva o indivíduo a submeter-se à vontade alheia.»
José Letrado
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