Pelo que vejo nos jornais, há uma qualquer efeméride sobre a vida e/ou obra de Freud e então aproveita-se para se fazerem mais ou menos longos balanços sobre a influência do homem.
Já foi muito influente, já foi muito denegrido e agora as opiniões continuam divididas, entre os que afirmam que ele ergueu uma obra em cima de fundamentos científicos muito fraquinhos e com charlatanice à mistura e os que recuperam o valor de muitas das suas intuições ou deduções.
A bem dizer, eu acho que as teorias do Freud explicam ainda muito, em especial daqueles que não conhecem o que ele afirmou.
Porque, quando lemos o que ele escreveu e reflectimos nas suas consequências, a nossa primeira reacção é a negação e a segunda, ultrapassada essa negação epidérmica, a tentativa de demonstração que ele estava errado.
Por isso, a psicanálise é muito útil para quem não esteja preparado para ela ou não conheça em que conceitos assenta.
As suas leituras sobre a sexualidade humana, a origem de muitos traumas psicológicos, parte da sua forma de interpretar os sonhos, se não são válidas universalmente são uma grande ajuda para percebermos as acções de muito boa gente.
Mas se conhecemos um mínimo da teoria, temos tendência a querer dar a volta.
Eu sei do que falo, pois quando comecei a ler qualquer coisa do homem - ainda pela adolescência - e olhei para trás, percebi logo que o homem até tinha razão e o melhor era mudar de vida.
Por isso o longo dossier no caderno Actual do Expresso é muito interessante, pois mostra-nos como a obra freudiana, como todas as que são marcantes, exerce um enorme fascínio e/ou repulsa, por vezes na mesma pessoa, em diferentes momentos.
Indiferença é que não e quem, conhecendo-a (podem começar por aqui), se afirma indiferente, está quase por certo a falatar à sua verdade.
Zé Caraminhola
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