terça-feira, abril 25, 2006

As Heranças de Abril - O Valor da Verdade

Uma das mais importantes conquistas da revolução de 25 de Abril foi a possibilidade de cada cidadão ter a possibilidade de se expressar livremente e dizer a verdade, sem receio de mecanismos de intimidação, fossem eles de natureza censório ou de coacção física.
A censura e a tortura ficaram imediatamente fora da legalidade no primeiro dia do novo regime.
E assim continuaram formalmente.
Só que o período pós-revolucionário trouxe consigo algumas tentatções mal resolvidas, que os anos seguintes inverteram de forma nem sempre muito subtil.
Vivemos, portanto, numa democracia onde a censura não existe e a coação física sobre os cidadãos para os impedir de dizer a verdade é ilegal.
Será mesmo assim ?
Será que o ânimo que insufla um potencial censor é específico de um período ?
Será que a brutalidade de um potencial agressor e o espírito da coacção física desaparece por decreto ?
Não nos parece.
E tanto assim é que, do topo à base, do local ao nacional, há aqueles pequenos e grandes poderes que gostam de controlar a difusão da informação e de definir o que acham ser verdadeiro.
Aqui no AVP sempre procurámos, fora dos momentos de puro deleite e gozo anti-moiteiro, ser o mais rigorosos e respeitadores da verdade dos factos que nos foi possível.
Quem nos visita sabe isso e sabe que tentamos, mesmo quando tomamos posição sobre um tema ou uma eleição, fornecer os elementos verdadeiros sobre o que se passa. Isso é reconhecido por toda a gente - mesmo pelos que o não admitem - e comprova-se pelo salto das nossas audiências em todos os momentos importantes que se viveram nos últimos tempos, desde as Legislativas às Presidenciais, passando naturalmente pelas Autárquicas, quando quase duplica o número de visitantes regulares e aumenta ainda mais o número de vistas da página.
A outro nível, sempre que tocámos em "assuntos sérios", da discussão do PDM à apresentação de propostas sobre das novas taxas sobre os resíduos urbanos, da aposentação do Presidente da CMM ao protocolo assinado com a Badoca Park, não esquecendo outros protocolos, propostas, relatórios e contas, orçamentos, requerimentos e pendências em Tribunal, sendo baseámos a nossa opinião em docimentos verdadeiros e legítimos, sobre os quais exercemos a nossa crítica e construímos a nossa opinião, mas nunca usámos documentos falsos, nem distorcemos o seu conteúdo.
Publicámos o que era verdadeiro e isso nunca foi contestado.
Contestaram as fontes, os métodos, a "legalidade" de um ou outro acto (a preparação do 25 de Abril também terá sido "ilegal"), mas nunca a sua veracidade.
E isso é sintomático.
Por estas bandas a Verdade é um valor a preservar e afirmar, sempre, sem contorcionismos.
Podemos ter as nossas opiniões, as nossas leituras dos factos, mas nunca fazemos circular informação falsa ou desinformação. Nunca confundimos opinião com factualidade. E muita coisa fica por tratar, por falta de verificação ou relativa irrelevância, pois se determinado(a) familiar de alguém importante "se faz" a condições especiais em certos negócios, sendo isso apenas diz-que-disse, e não tendo nós testemunho directo, guardamos para quando seja possível uma confirmação válida.
Aqui não há meias-palavras ou insinuações. Há deduções com base em factos conhecidos ou declarações feitas e não cumpridas. Ou inferências a partir das premissas apresentadas.
Nada mais do que isso.
Assim como sempre afirmámos a nossa independência de interesses partidários ou de grupos.
O AVP é o AVP e mais nada. Quem quiser e puder, colabora, ajuda-nos e/ou encoraja-nos, cada vez mais offline por causa dos moscardos. Quem não quer, tem todo o direito de nos criticar.
Mas que em matérias de interesse público sempre apresentámos material verdadeiro e legítimo, isso ninguém contesta. E assim continuará a ser, por muitas ameaças censórias com ou sem base jurídica, com ou sem ameças veladas às nossas "fontes", com ou sem perseguições de índole pessoal como as que voltaram mesmo em dia como o de hoje, com ou sem ameaças de coasção física.
Já foram vários os que deixaram de colaborar com nome próprio, amigos de longa data e dos primeiros tempos do blog, para evitarem chatices. Já houve quem deixasse de comentar, para não dar nas vistas.
E eu compreendo esse tipo de atitude.
Mas, apesar de tudo, o AVP continuará por aqui, sempre como anti-poder, seja ele qual for, a que nível for.
Quem não percebeu ainda isso está no ambiente errado.

AV1

2 comentários:

Ponto Verde disse...

Há neste Abril de 2006 uma nova realidade, anónima ou não , veio para ficar e para baralhar, para os baralhar.

Falo é claro da Blogosfera que teve um boom nestes ultimos dois anos e permitiu, mais que uma democtaricidade do acto de comunicar e informar , permitiu que a nível locar os cacíquismos instituidos perdessem o controlo dos seus meios de controlo de opinião e propaganda.

Ainda não sabem lidar com um fenómeno que veio para ficar e que utilizando determinadas armas que muitos julgavam suas (uma certa clandestinidade e anonimato) os baralham , irritam, e intimidam, como se só admitissem do jogo democrático, as suas proprias regras...o seu proprio controlo.

O Poder Corrompe, dizem uns, mas quando a esse poder se soma a impunidade, o autoritarismo e o cacíquismo sem uma alternância democrática que clarifique, criam-se condições para a instauração de "pequenas" ditaduras e ditadores...e tão fértil nisso é esta Banda-lheira!!!

O AVP e outros têm um papel hoje preponderante. parabéns pelo texto e pelo trabalho desenvolvido.

Carlos (Brocas) disse...

Em frente amigo!
Já descubri mais um dos cobardes anónimos que por ai vagueam qual "mosca morta".

Amanhã falamos.