Ainda combalidos da nossa recaída, demos com esta revista publicada em 1990 (ainda nos preocupávamos mesmo com estes assuntos nesse longínquos tempos...), dedicada a abordar a problemática da ytransformação e do ordenamento do território português, com especial destaque para as abordagens da situação da Área Metropolitana de Lisboa.
O conjunto de artigos publicado é muito bom, mas irei apenas destacar um de Isabel Guerra, ecrito em francês com o título (traduzido) de "A Península de Setúbal - uma região industrial à procura de uma outra lógica de desenvolvimento".
Na conclusão (p. 22) lê-se o seguinte:
«Do ponto de vista dos poderes públicos (locais e nacionais), a "reconversão" é mais caracterizada por uma falta de aticulação entre uma "política social" e uma "política económica" que por uma política integrada. Atendendo ao nível de desemprego, pretende-se reduzir o problema social posto pela perda de postos de trabalho e confia-se na iniciativa privada para operar a "reconversão" económica. Entretanto, "planos de urgência" e "planos de luta contra a pobreza", mau-grado a sua importância e a sua inevitabilidade, são conjunturais, visto que uma "reconversão" eficaz exige uma articulação entre estas medidas e a estrutura produtiva.(...) As experiências de "reconversão" de outros países mostraram os "efeitos perversos" desta política sem política que assenta sem orientação na "iniciativa" privada individualizada. Geralmente, os resultados foram a ruptura da coerência do tecido industrial, construído durante decénios e a multiplicação de detritos materiais e humanos.»
Podíamos continuar, mas parece que o retrato da nossa freguesia está já razoavelmente feito com este excerto, não acham ?
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