domingo, maio 08, 2005

Top 10 das Sitcoms (5º ao 1º lugar)



5 – All in the Familly/Uma Família às Direitas (1971 ->) – Basta escrever “Archie Bunker” e está tudo dito quanto a esta série que no início dos anos 70 atormentou os fantasmas da América conservadora. Nunca um personagem foi tão adorado por ser tão detestável nas suas crenças e preconceitos contra tudo e todos que fugissem à sua tacanha forma de ver o mundo. Ainda hoje é um sucesso, passando na SIC Gold e agora na SIC-Comédia ininterruptamente no último par de anos.

4 – Human Remains (2000) – A série de humor mais negro de sempre, em que cada episódio retrata um casal profundamente disfuncional (Julia Davis e Rob Brydon a escreverem e interpretarem personagens absolutamente divinais de tão aberrantes, mas reais) e em que nos sentimos – a posteriori – culpados por nos rirmos da crueldade das situações. Passou de forma quase envergonhada na RTP2, na rubrica Britcom, não existindo edição em DVD entre nós que permita rever aquelas situações profundamente deprimentes.

3 – Allo/Allo (1982 ->) – Humor britânico de situação, baseado num conjunto de situações estereotipadas base, a que se junta um chorrilho de trocadilhos baseados nos múltiplos sotaques dos personagens (todos a falar inglês, mas como se fossem alemães, franceses, italianos e até ingleses a falar francês). Renée, o “heróico” dono de um café na França ocupada pelos nazis envolve-se nas mais mirabolantes desventuras, aproveitando para desfrutar dos favores das suas empregadas (alternadeiras quando não servem ao balcão), enquanto sofre as ofensas da sua sogra acamada, os estridentes cantos da sua mulher, os avanços do tenente Gruber e as exigências de colaboração da chefe da Resistência gaulista. “You, Stupid Woman !” (Renée), “I shall say this only once" (Michelle), “Put your lips against my lips, put your breast against my breast, and take my breath away” (a criadaYvette), “It is I, Leclerc (o pianista Leclerc), “Whatta Mistaka to Maka !” (o italiano Bertorelli) ou “Good Mourning” (Crabtree, o espião inglês disfarçado de polícia) são apenas algumas das muitas frases-feitas que preenchem os episódios e a série.

2 – Sim, Sr. Ministro/Sim, Sr. Primeiro-Ministro (1980 ->) – Ocupou para mim, durante muito tempo, o lugar cimeiro desta lista. Textos fabulosos, interpretados por actores do melhor, só poderiam dar uma série de culto sobre os meandros do funcionamento do poder político. Há alguns tempos, um político de que já não me lembro a identidade, dizia que isto devia ser parte integrante de qualquer formação académica na área da Política e tinha toda a a razão. Sir Humphrey Appleby como o melhor funcionário público de sempre.

1 - The Royles (1998) – A mais fabulosa série cómica de sempre, genial de tão simples e inglesa como não podia deixar de ser. Mais do que Seinfeld, esta é a série mais pura sobre o nada do quotidiano, por vezes com episódios como se fossem passados em tempo real. Uma família suburbana inglesa do mais desleixado que é possível imaginar, desde um pai permanentemente sentado num sofá caquético, de comando televisivo em punho à sua sogra irritante, sempre ávida por um copinho, passando por uma filha super-preguiçosa, um filho sacrificado aos humores do resto da família, uma mulher fumadora em série e um genro sem qualquer tipo de vontade própria. Entre as personagens secundárias, destaque para Darren, o amigo do filho Royle, certamente o mais deliciosamente idiota adolescente de sempre em qualquer tipo de série televisiva. Não existe ainda em DVD.

Ficaram à espera para entrar neste top as séries Soap (agora em transmissão na Sic-Comédia), Parker Lewis Can’t Loose (parece que ainda passa na Sic-Radical), Murphy Brown (Sic-Mulher), Mad About You (deixou de dar na Sic-Mulher), Will & Grace (Fox), The Nanny (Fox), Goodness Gracious Me (BBC e antes na RTP2), Frasier (TVI), Mr. Bean (RTP1) e Absolutamente Fabulosas (RTP2).

Sem comentários: