domingo, maio 08, 2005

Top 10 das Sitcoms (11º? ao 6º lugar)



Entende-se aqui por sitcoms, aquelas séries cómicas com meia hora, ou perto disso (agora, cada vez com menos...), em que existe um enredo ou um fio condutor comum, com repetição de personagens e situações. Excluem-se desta lista, portanto, séries de duração mais longa (Ally McBeal ou Modelo e Detective, por exemplo) ou formadas por sketches (o mítico Monthy Python Flying Circus), que teriam certamente aqui lugar. Excluem-se ainda sitcoms que, por serem recentes ou não terem passado ainda entre nós, não foram suficientemente avaliadas (caso das premiadíssimas Curb Your Enthusiasm e Everybody Loves Raymond ou da Desperate Housewives felizmente prometida para breve na SIC e na Fox, para quem tem Cabovisão).
Embora o género sitcom tenha sido apurado nos EUA, onde ocupa lugar de destaque nas grelhas das estações de amplitude nacional, é na Inglaterra que encontramos, de muito longe, os melhores exemplos.
Vamos então:

11 (prémio de consolação) – The Office – Série britânica sobre o quotidiano no escritório de uma empresa, em que um chefe extremamente auto-confiante (antes de ser despedido) e sem qualquer percepção das suas limitações, enferniza a vida ao resto dos colegas. Embora hilariantes, as situações chegam a incomodar-nos pelo seu aspecto confrangedor para a personagem interpretada por Ricky Gervais.

10 - O Sexo e a Cidade (3 primeiras séries) – Antes de se tornar auto-complacente, repetitiva (no mau sentido) e palco para o desfile de fatiotas para Sarah Jessica Parker ou para mostrar os dotes físicos da madura Kim Catrall, esta série foi das que rompeu de forma mais inovadora com os tabus acerca da sexualidade na televisão americana, mesmo se era transmitida por uma emissora de cabo, a HBO (responsável ainda pela produção de Os Sopranos ou Sete Palmos de Terra).

9 – Coupling (3 primeiras séries) – Versão britânica de algo próximo de O Sexo e a Cidade, só que em torno das aventuras amorosas de 3 homens e três mulheres (e não só de mulheres), por isso duplamente divertida. Argumentos super-engenhosos e algumas personagens super-estereotipadas que ficaram a perder quando o actor que fazia de Jake (o mais alucinado e obcecado adolescente eterno) saiu da série e foi necessário substitui-lo (o novo Olliver, embora muito tótó, não lhe chega aos calcanhares).

8 – Fawlty Towers – John Cleese enquanto dono (Basil Fawlty), pretensamente snob, de um estabelecimento hoteleiro em Torquay, enfastiado com todo o tipo de hóspedes que considera vulgares e aterrorizado por uma mulher dominadora e por um empregado de Barcelona – o mítico José – sempre às voltas com a sua incompreensão com a língua inglesa. Para a galeria dos momentos de sempre a sua mítica frase “I know nothing, no-thing !” no episódio em que, por uma vez, era suposto dizer o que sabia sobre a origem de uma quantia de dinheiro, ganha nas corridas de cavalos pelo seu patrão.

7 – Black Adder – A série em que Rowan Atkinson enquanto malévolo Black Adder, acolitado pelo seu fiel, simplório e nauseabundo Baldrick, atravessa diversas épocas históricas tentando fazer o mal, mas acando sempre por sair-se ele mesmo muito mal. Antes de uma nova série produzida recentemente em que são visitadas diversos outros períodos históricos (a passar na BBC Prime não sei em que horário), a série terminara na 4ª época em que se procurou demonstrar a profunda insensatez que é a guerra, no caso a Grande Guerra de 14-18. Ainda hoje me incomoda a forma como termina o último episódio, com o sacrifício dos personagens devido à estupidez dos comandos militares.

6 – Seinfeld – A grande série sobre “nada”, como foi explicado pelos próprios autores em alguns dos episódios. O quotidiano de quatro amigos nova-iorquinos (Jerry, George, Elaine e o fantástico Kramer), em todos os seus cambiantes e insignificâncias. Textos muito bons e alguns episódios memoráveis na sua construção, mimetizando outros géneros dramáticos. Destaque para o episódio, construído como se se tratasse de um enredo de ópera com infidelidades amorosas, em que Jerry tenta mudar de barbeiro.

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