quarta-feira, junho 22, 2005

De novo à carga !


Foto do Brocas

Desculpem lá insistir com o tema, mas isto esta semana deu-me para bater sempre nas mesmas coisas.
Pelo que nos consta, pouco ou nada se avançou desde que foi lançado o Manifesto pela Defesa do Património Alhosvedrense que se centrou no caso da capela da Misericóridia.
Já aqui se sublinhou a ancestralidade da Misericórdia da nossa terra e a falta de qualquer tentativa por capitalizar esse facto em termos de promoção cultural ou cativação de investimentos ou subsídios para a sua preservação.
Se formos ver a lista dos últimos Provedores encontramos lá mais o reflexo de jogos de poder político do que outra coisa (só assim se compreenderão certas acumulações de cargos autárquicos com a provedoria ou a sua ocupação por pessoal político local...). A valência que tinha como Hospital concelhio foi sendo objecto de erosão, em parte pela progressiva vetustez dos equipamentos e instalações, em parte por falta de capacidade negocial da própria Misericóridia juntos dos diversos poderes que a tutelam mais ou menos directamente.
Em tudo isto, claro que restou uma indiferença gritante quanto às questões patrimoniais (vejam-se os documentos históricos deitados para o lixo há cerca de uma década junto com restos hospitalares e que só um funcionário camarário mais atento conseguiu em parte salvar), entre nós sempre secundárias e tido como atributo de um grupúsculo de "fanáticos" ou de interessados em promover eventos em que se proclamam lindos princípios e mais nada.
Por isso, sou obrigado a afirmar aquilo que sempre pensei em segredo, mas sempre tive pudor em tornar público.
Se é verdade que o poder moiteiro subalternizou Alhos Vedros, também é verdade que muitos de nós, alhosvedrenses, nos acomodámos a isso e, pela inacção, somos igualmente responsáveis pelo que de mau tem sido feito e agora existe.
Os poucos que restam com verdadeiras raízes e interesse na terra não são em número para inverter toda a situação mas poderiam, no mínimo, agir um pouco mais de forma concertada e contínua, mesmo semp perderem muito do seu tempo.
Em vez de se dispersarem em micro-iniciativas que se esgotam em pouco tempo, talvez fosse melhor levarem duas ou três até ao fim possível.
Não sei qual a abertura da Junta de Freguesia ao enquadramento de tais esforços mas, em período eleitoral, seria boa ideia tentar extorquir (e extorquir é mesmo o ermo certo) compromissos concretos às(aos) candidat(a)os. Já sei do argumento proverbial da falta de verbas ou da estratégia com barbas da CMM de ir adiando decisões e apoios (a menos que seja para engraxar o lobby taurino), desde que as iniciativas não sejam dos "seus".
No entanto, se é para lançar Manifestos só para a fotografia nos jornais da semana e depois deixá-los cair, não vale depois a pena queixarmo-nos dos outros.
Se calhar é mesmo em nós que reside boa parte do problema.

AV1

(E o relógio continua nas 8.40)

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