quinta-feira, junho 23, 2005

Obras a concurso

O Conde de Alhos Vedros já noticiou o concurso para a remodelação do Moinho de Maré de Alhos Vedros, mas também nos chegou por mail do nosso leitor F.A. a referência quanto às obras cujos concursos estão actualmente a ser lançados pela CMM.
Gostava que compreendessem claramente a minha posição quanto ao que vou escrever: não estou contra estas obras, nenhuma delas, mais exactamente.
Só que sou obrigado a olhar para os seus custos e a comparar a diferença de nível de investimento que implicam.
A intervenção no Moinho de Maré, que se adivinha básica e sem qualquer enquadramento exterior no Largo do Descarregador, avulta em menos de 50.000 contos (+ o IVA do momento).
Em contrapartida o arranjo paisagístico do Parque da Moita orçará em quase 120.000 contos (+IVA) e o arranjo paisagístico da Marginal chega quase aos 250.000 contos (+IVA).
Minhas e meus caros conterrâneas(os) com mais conhecimentos das contas da CMM e mais paciência para as consultar, digam-me lá se em todo o último mandato do actual executivo, houve algo que se comparasse em matéria de investimento no embelezamento da nossa freguesia ? A requalificação da Praça da República ficou por pouco mais de 80.000 contos e foi equivalente à que fizeram na Moita.
Entretanto, para arranjar paisagisticamente a cabeça do concelho lá vão quase 400.000 contos só para dois locais.
Acrescente-se ainda que, no caso da Marginal, parte do trabalho passa pela destruição do embelezamento anterior que ainda não me parecia nada degradado e pela instalação de maravilhas da tecnologia como uma «fonte cibernética, com jactos verticais e jumping jet».
Se calhar, e afinal, a crise não toca a todos, pois embora tenha uma ampla zona ribeirinha, Alhos Vedros nem sequer tem uma Marginal para embelezar, e embora tenha um Parque (excêntrico à freguesia), nem dinheiro há para o limpar com regularidade.
Realmente, nada como tentar mostrar serviço á última da hora para ver se recuperam a JFM ao PS.
Por cá, contentemo-nos com os amendoins que vão caindo, mesmo com casca, da mesa dos ricos.

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