sexta-feira, junho 17, 2005

Quotidianos tristes

O pessoal já aqui sabe a embirração que voto a quem, com muito espaço para estacionar de forma regular, gosta de usar os lugares dos deficientes, ou deixa o carro em segunda fila ou encostadinho ao sítio para onde vai, mesmo dificultando o trânsito dos restantes.
O Modelo da Moita/Carvalhinho, na hora do café da manhã e na do almoço é um bom exemplo da falta de civismo neste aspecto.
Quando vejo aquelas moiteiras e moiteiros de ar azeiteiro dono do mundo, cheios de suburbanite aguda, a encostar onde lhes apetece, fico logo com o desejo de que apareça um carro da PSP ou GNR que desate a distribuir multas e reboques.
Na semana passada, o meu desejo parecia concretizar-se.
Na manhã de 5ª ou 6ª feira lá estava o carrinho da GNR, encostado à esquerda junto à entrada do dito Modelo, mesmo juntinho aos prevaricadores.
Vai dar molho, pensei eu, e desta vez até vou ver.
Entrei e olhei em redor.
Nada de GNR.
Terão ido fazer qualquer diligência, pensei eu, e segui para dentro do supermercado.
Tinha acertado na da diligência.
O sôr agente (mais com ar de sargento pela curta estatura e rotundo diâmetro) tinha ido diligenciar a compra de um peixinho fresco à peixaria do tio Belmiro.
Enfim... não fiquei espantado porque conheço boa parte dos agentes locais e, sendo tudo malta porreira, em nada se distinguem do resto da populaça, deles tendo todos os vícios e quase nenhuma das raras virtudes.
Desapareci dali o mais depressa que pude, antes que não resistisse a mandar umas bocas à autoridade.

Hoje qual não é o meu espanto quanto me apercebo que, no acesso ao estacionamento do Modelo, ia mesmo atrás do mesmo carrinho da GNR (com uma matrícula que tinha uns numerozidos de que só identificarei o 9 como último, por pudor), com o mesmo tipo sozinho lá dentro, que voltou a estacionar em sítio proibido, e lá foi às comprinhas... destas vez mais variadas e não piscícolas.
Já sei que os homens ganham pouco e merecem pouco respeito da maralha; no entanto, penso que já saberiam isso antes de irem para lá e, para mais, muitos não conseguiriam melhor cá fora.
No entanto, o baixo pagamento, não deve ser desculpa para o desrespeito pelas regras.
Que eu saiba, os agentes não se deslocam em serviço sozinhos; que eu saiba, fora de serviço não devem usar as viaturas da corporação para passeios privados.
Mas, mesmo desconsiderando isso, pelo menos deveriam cumprir as regras de vida em sociedade cuja manutenção é a sua missão.
Podem dizer que sou picuinhas e insensível às dificuldades desta gente.
Só que, pelo menos por estas bandas, pouco é o serviço que eles apresentam, para além dos proverbiais dias de feira, em que se colocam a desviar o trânsito, ou das operações STOP, sempre nos mesmos sítios e às mesmas horas.
Enfim...

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