A primeira delas, vem de há um par de semanas, quando o marido da Bárbara Guimarães (falha-me o nome, só me lembro que é pai do Dinis Maria e concorre com aquele tipo muito notório, o Carmona Rodrigues) afirmou que tinha 38.760 caracteres de ideias no seu vídeo de pré-campanha.
Desenvolverei isto mais tarde, mas várias dúvidas me assaltam com ferocidade:
a) Os caracteres vinham inseridos em mensagens visuais subliminares ? Será isso ético ?
b) Se correspondem a um texto que foi lido, então aquilo era tudo encenado ? Não posso crer, porque a naturalidade dos instantâneos parecia indesmentível.
c) O total apresentado contabiliza os espaços ou não ? Conta com a pontuação ou não ? Isso é muito importante, porque pode reduzir o impacto da percepção da massa dos caracteres envolvidos junto do eleitorado.
A segunda reporta a uma realidade mais local e relaciona-se com o tipo de paramentos vestimentários (há quanto tempo não usava esta expressão, acho que nunca...) com que se deve apresentar um candidato nos cartazes de campanha e - questão fundamental - como é que isso se aplica conforme seja o posicionamento político -ideológico do(a) candidato(a).
Parâmetros a considerar:
a) Fato e gravata são sinal de respeitabilidade e seriedade ou apenas falta de imaginação ?
b) Um candidato de esquerda está obrigado a mostrar-se mais descontraído e a optar por polos, camisas abertas (um ou dois botões ? pêlo à mostra ou não ?) ou mesmo um t-shirt ?
c) Que tipo de arranjo capilar ? Bigodes e barbas estão mesmo out ? E o que fazer com a careca, disfarçá-la, assumi-la ? No caso das senhoras as madeixas tipo subúrbio dos anos 80, ainda se justificarão ? E as permanentes, devem ser mais ou menos aneladas ?
d) Ainda no caso feminino, que tipo de acessórios mostrar ? Brincos, fios no pescoço, tiaras ? Bijuteria jovem ou joalharia à séria ? Sobriedade ? Ostentação ?
Como facilmente reparam, isto são questões centrais na vida política de hoje e o AVP não poderia, de forma alguma ignorá-las.
As nossas respostas- sempre precárias, sempre transitórias, sempre à procura do espírito dos tempos (o zeitgeist para os germanófilos) - irão ser dadas ao longo do fim de semana, mas apenas após verificação científica das suas premissas junto de duas esteticistas de renome (talvez a Soraia Cristina e a Vanessa Andreia do Salão Xanadu estejam disponíveis) e de dois analistas políticos de nomeada (o Luís Delgado e o Joaquim das Alfaces reservaram-nos uns minutos para o efeito).
Não perdem nada por esperar.
Ou se calhar perdem, sinceramente não sei.
Depende.
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