segunda-feira, julho 04, 2005

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Foto do Brocas

«Sentimos esta terra em que vivemos, gostamos das gentes que aqui vivem.
Ao tentarmos compreender o presente da comunidade em que estamos inseridos, fazemos interrogações que nos levam a saber algo sobre o passado. Queremos perceber o presente, mas, para isso, vamos ter de decifrar os códigos inscritos no simbolismo daquilo que nos rodeia e que nos ficou do ontem.
Quis a Natureza que as águas do tejo banhassem a pequena povoação de Alhos Vedros. Este TEJO, que nos toca todos os dias e mal damos por ele, permitiu, outrora, a união e a comunicação entre todas as povoações que se estendem defronte de Lisboa.
(...)
Contudo do Tejo de outrora, de águas límpidas e transparentes, ricas em vida animal e vegetal, restam-nos apenas velhas fragatas e varinos, abandonados e a apodrecerem lentamente junto às margens lamacentas; o mesmo acontecendo com os moinhos de maré, inertes, sem vida e em ruínas, que teimosos se mantêm de pé, como testemunhos de uma outra época.» (1988, pp. 37-38)

Bons tempos,
A malta era (ainda) jovem.
Escreviam como se servisse para alguma coisa.
Mas, desde então, pouco mudou.
E o pouco nem sempre foi para melhor.
E fomos ficando mais cínicos.
E muito menos crentes no poder da palavra.
Ou talvez não.

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