sábado, julho 09, 2005

O que me vale...

... é que de que de quando em vez vou ler algumas passagens escritas, pelos menos em coautoria, por um dos actuais actores políticos do concelho:

«Cada geração tem a responsabilidade de transmitir à geração seguinte o património cultural e natural (no sentido mais lato do termo) o mais completo possível.
(...)
O progresso não pára e dentro de pouco tempo, muitos dos processos tradicionais, utilizados no mar, nos moinhos de maré ou nas salinas, acabarão por desaparecer. Este património etnográfico e natural deve ser estudado, registado e exposto de forma viva, educativa, cumprindo as funções de um ecomuseu moderno, que não é o de ser simples mostruário de peças como qualquer supermercado ou centro comercial. Na realidade, a preservação do património cultural e natural é dos problemas mais importantes do nosso dia a dia, com o cortejo de poluição e ruídos que são comuns na freguesia.» (1988, p. 44)

E a quem me vier dizer que isto é uma visão idílica, conservadora e retrógrada, que os tempos mudaram, eu respondo que certamente que não saberá exactamente o que é um desenvolvimento urbano equilibrado e que terá certamente parado naquela fase do pensamento que, em pleno cavaquismo, associava desenvolvimento a betão e alcatrão. Eu sei que as cimenteiras e os construtores civis concordam e batem palmas, mas não deixa de ser curioso que sejam as esquerdas contestatárias do modelo capitalista aquelas que se rendem mais facilmente ao modelo urbano do dormitório.
Depois não nos critiquem por dizermos que, como escrevemos há uns meses, a estratégia de algumas autarquias da CDU passou pela manutenção da proletarização da sua população residente, não investindo na qualidade das urbanizações e dos equipmentos envolventes, como forma de capitalizar o descontentamento dos municípes, só que sempre tentando canalizá-lo contra o Poder Central.

AV1

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